Aí está o real resultado de quando a água e o saneamento são tratados como mercadorias. O único interesse é o lucro dos acionistas

A Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp) decidiu criar um “gatilho” para reajustar automaticamente a tarifa de água e esgoto da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) quando houver uma “variação anormal” do consumo médio de água da rede, como ocorreu durante a crise hídrica (2014-2015).

Na prática, se a população reduzir muito o consumo e isso tiver efeito negativo nas receitas da Sabesp, a conta de água vai subir além da correção pela inflação.

Segundo a Arsesp, o objetivo da nova regra – inédita no setor de saneamento do país – é “garantir o equilíbrio econômico-financeiro” da Sabesp, que opera em 367 cidades paulistas (57% do total), onde vivem 24,7 milhões de pessoas.

A informação foi divulgada pela agência Estadão Contéudo no último sábado, dia 3/3.

Sabesp

A Sabesp é uma empresa de economia mista responsável pelo fornecimento de água, coleta e tratamento de esgotos de 363 municípios do Estado de São Paulo. Desde 2002  possui ações negociadas nas Bolsas de Valores de São Paulo e Nova Iorque.

O último balanço aponta lucro recorde de R$ 2,9 bilhões em 2016.

A empresa a responsável pelo fornecimento da quase totalidade de água para a RMSP – Região Metropolitana de São Paulo -, faz a distribuição no varejo em 32 municípios, inclusive a capital, e seis cidades compram água no atacado (Santo André, Diadema, São Caetano do Sul, Guarulhos, Mogi das Cruzes e Mauá).