O Brasil na contramão
No Brasil, Comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou, em 25/6, projeto de lei conhecido como “Pacote do Veneno”. O projeto atende apenas interesses de setores agroindustriais e autoriza o registro de agrotóxicos com substâncias que comprovadamente potencializam câncer, mutações genéticas, desregulações endócrinas e malformações fetais, além de retirar prerrogativas dos ministérios do Meio Ambiente e da Saúde nos processos de análise e registro de pesticidas, concentrando o poder de veto no Ministério da Agricultura. Agora, o projeto aguarda para ser votado no plenário. Leia aqui a íntegra do documento.
Temos que pressionar para que esse projeto NÃO seja aprovado.
Poluição por agentes químicos afeta aquíferos subterrâneos
A contaminação da água por práticas agrícolas insustentáveis representa uma grave ameaça para a saúde humana e os ecossistemas do planeta, um problema frequentemente subestimado tanto pelos responsáveis por políticas públicas como pelos agricultores, alertou um relatório divulgado.
Em muitos países, a maior fonte de contaminação da água é a agricultura — não as cidades ou a indústria —, enquanto, globalmente, o poluente químico mais comum nos aquíferos subterrâneos são os nitratos procedentes da atividade agrícola, advertiu o relatório “Mais pessoas, mais alimentos, pior água?”, apresentado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e pelo Instituto Internacional para o Manejo da Água, em conferência que ocorreu no Tajiquistão.
A agricultura moderna é responsável por lançar grandes quantidades de agroquímicos, matéria orgânica, sedimentos e sais nos corpos d’água, disse o relatório. Essa poluição afeta bilhões de pessoas e gera custos anuais que superam bilhões de dólares.
“A agricultura é o maior produtor de águas residuais, por volume, e o gado gera muito mais excrementos que os humanos. À medida que se intensificou o uso da terra, os países aumentaram enormemente o uso de pesticidas sintéticos, fertilizantes e outros insumos”, disseram Eduardo Mansur, diretor da divisão de terras e águas da FAO, e Claudia Sadoff, diretora-geral do instituto, em sua introdução para o relatório.
“Apesar de esses insumos terem ajudado a impulsionar a produção de alimentos, também deram lugar a ameaças ambientais, assim como a possíveis problemas de saúde humana.”
Os poluentes agrícolas mais preocupantes para a saúde humana são os patógenos do gado, praguicidas, nitratos nas águas subterrâneas, oligoelementos metálicos e os poluentes emergentes, como os antibióticos e os genes resistentes aos antibióticos excretados pelo gado.
O novo relatório representa a análise mais completa da dispersa literatura científica sobre o tema realizada até hoje, e tem como objetivo fechar lacunas de informação e desenhar soluções no nível de políticas e das exportações agrícolas em uma única referência consolidada. (com infomarções: Nações Unidas)