Em entrevista (assista abaixo), Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente do BNDES no período da privatização da Companhia Vale do Rio Doce (hoje, Vale) fala sobre a farsa inventada “Golden Share” para que a venda da empresa fosse aprovada pelo Congresso Nacional. A Companhia foi privatizada em 1997 no período do governo Fernando Henrique Cardoso e Golden share é uma ação exclusiva que o Estado pode impor ao privatizar uma estatal.

Mendonça diz: “E foi inventado a Golden Share, certo. E foi vendido para o Congresso”. Em outro trecho ele diz: “E ninguém perguntou o que era a Golden Share. Tanto que a Golden Share da Vale é: não pode sair a sede do Rio, não pode mudar de nome. Quer dizer não tinha nada de relevante”.

Daí a explicação de como se dão as privatizações no país e a entrega do patrimônio nacional ao capital estrangeiro, que não tem nenhum compromisso com qualidade, segurança, respeito aos funcionários, preservação do meio ambiente,… Só querem lucro, mesmo que isso seja ao custo de vidas, como já vivemos no crime da barragem em Mariana-MG  e, agora, vemos repetido em Brumadinho-MG.

Equipe de Bolsonaro planeja Golden Share para privatizar Eletrobras

A farsa da Golden Share ameaça a Eletrobras. Isso porque a equipe econômica do governo Bolsonaro já sinalizou que planeja ampliar o uso das Golden Shares para aplacar resistências e viabilizar seu programa de privatizações.

No caso da Eletrobras, com a privatização, o governo não terá mais poder nenhum e o consumidor ficará à mercê das políticas que visam exclusivamente dar lucro aos acionistas e arcará com as consequências de aumento das tarifas, insegurança quanto a gestão de barragens e equipamentos, queda na qualidade da prestação de serviços, entre tantas outras.

Assista a declaração sobre a farsa da Golden Share:

 Golden Shares

Golden shares (ações de ouro ou ações douradas, em tradução livre do inglês) são ações de classe especial presentes em empresas estatais ou de capital misto. Tais papéis pertencem ao Estado, que garante com eles direitos especiais de caráter estratégico, como o ‘poder de veto’ de algumas decisões.

Elas começaram a ser utilizadas na década de 1980 no Reino Unido, após uma crise de financiamento do Estado que fez com que companhias fossem repassadas à iniciativa privada. Seu uso foi visto, na época, como uma maneira de privatizar as empresas, sem que para isso fosse necessário ‘abrir mão do controle’.

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