artigo: Reimont Otoni*
Nas urnas e nas pesquisas, o povo brasileiro sempre se mostrou contra as privatizações das empresas públicas, que são patrimônio do país. Mas, assim como deu um golpe político, os usurpadores estão colocando as nossas empresas e a nossa soberania no balcão de negócios, sempre a preço de banana, quase sempre em favor de empresas estrangeiras.
O desmonte é o primeiro passo para a venda. É o que vem acontecendo com os bancos públicos, como o Banco do Brasil e a Caixa, que vem fechando agências e unidades e demitindo pessoal em larga escala. É o que vem acontecendo com a Petrobras, negociada em pedaços.
Na última semana, eles deram mais alguns passos nesse desmanche. Na quarta-feira, 4 de julho, o governo golpista, com a cumplicidade de um dos piores Congressos da nossa História, avançou contra a Eletrobras. Em manobra regimental articulada pela base de Temer, foi aprovado o pedido de urgência para o projeto que abre caminho para a privatização de seis distribuidoras de energia elétrica da empresa.
No dia seguinte, 5/7, os golpistas entregaram 80% da Embraer à americana Boeing. O governo brasileiro, que tem uma ação com direitos especiais, não impediu a venda desta que era a maior empresa brasileira de tecnologia aeroespacial. (Nota de redação: Nesta sexta-feira, 6/7, Temer assina medida provisória para privatizar o saneamento. Leia: Entreguismo: Temer assina hoje medida provisória que privatiza o saneamento e desestrutura o setor)
Mais dois graves crimes contra a soberania nacional.
Contra isso, precisamos lutar. O principal inimigo do Brasil, hoje, é o projeto neoliberal que sustentou e sustenta o golpe. Contra ele, precisamos nos unir em torno de um projeto de retomada da democracia e de revogação de todos os atos de Temer e seus cúmplices.
*Reimont Otoni, professor, bancário, teólogo e vereador pelo Partido dos Trabalhadores (PT) do Rio de Janeiro.