Em informe, a Aeel – Associação dos Empregados da Eletrobras – questiona sobre a principal preocupação da direção de um órgão como o ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico.
Leia:
Consideramos que seria importante se preocupar com a segurança e confiabilidade da Operação do Sistema Interligado Nacional, atuando de forma íntegra, com transparência, equidade e neutralidade, de modo a garantir a continuidade e a economicidade do suprimento de energia elétrica no País.
Para o atual diretor de operação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Sinval Gama, ex-chesfiano e Eletrobras, vendedor da Cemar e da Celg, a preocupação é outra: aderir ao discurso privatista do Sr. Wilson Pinto, um dos seus chefes no Conselho do ONS. Durante um recente evento patrocinado por uma comercializadora de energia, declarou que “a privatização do setor elétrico e inevitável”. Leia aqui a matéria sobre o assunto.
Sinval Gama deveria se preocupar em cumprir a sua missão no cargo de diretor de Operações, sem se importar com a propriedade das empresas, tratando concessionárias estatais e privadas com equidade; deveria estar ocupando seu tempo, com os desligamentos/apagões que vêm sendo provocados pelas concessionárias privadas, principalmente a Companhia Nacional da Rede Elétrica da China, mais conhecida como State Grid Corporation.
Será que o senhor Sinval Gama (que é aposentado, assistido pela Fachesf/Eletros), esqueceu-se da qualidade dos serviços prestados pelas empresas do Sistema Eletrobras e seus trabalhadores e trabalhadoras, além da robustez e do alto índice de disponibilidade que oferecem para a confiabilidade e estabilidade ao Sistema Interligado Nacional (SIN)?
O que considera como “eficiência” é obtida a partir de privatizações a preço de banana, com aumento de tarifas e de impostos e ainda com remessas de lucros para grandes grupos e estatais estrangeiras, é danosa aos consumidores e um crime lesa a pátria!
Nós defendemos uma Eletrobras forte, pública e que cumpra seu papel estratégico no setor elétrico, a exemplo do que fazem as grandes nações para proteger os seus recursos energéticos e o fazem por questões econômicas e visão geopolítica.
As afirmações de Sinval Gama, aplaudidas por Wilson Pinto Junior, contrapõem-se aos agradecimentos de sua tese de doutorado pela PUC-RIO:
“-Este projeto só foi possível pelo apoio da Eletrobras, tanto no financiamento direto do curso do doutorando, quanto de importantes etapas de apoio: bolsa de mestrado para pesquisador, pesquisa de campo, participação de acadêmicos em seminários e no patrocínio de seminários regional e nacional. As empresas do setor elétrico Eletrobras, Celpe, Furnas, Chesf, Eletronorte, Eletrosul, Cepel, Eletronuclear, Light, ONS e Cerj, por intermédio de engenheiros, e as Universidades Federal do Rio de Janeiro, Federal Fluminense, Estadual do Rio de Janeiro, PUC-Rio, Veiga de Almeida, Santa Úrsula e Gama Filho, por intermédio de professores, tiveram substancial contribuição na pesquisa de campo”.
Senhor Sinval, não “cuspa no prato que comeu”! Seja responsável, coerente e reconheça a importância do Sistema Eletrobras para o povo brasileiro e também para a sua formação pessoal, sem a qual, provavelmente, o senhor não estaria no cargo que está. Não jogue a sua história na Eletrobras e na Chesf na lata do lixo.
Vá cuidar do ONS, apurar os desligamentos com transparência e responsabilidade, independentemente do agente e da cor do seu capital.
Veja o informe da Aeel: Informe-AEL-120_18
Nossa luta não tem trégua!
Não à privatização do sistema Eletrobras e a entrega do patrimônio do povo brasileiro!