Em entrevista, o especialista em energia e ex-secretário executivo de Minas e Energia do governo Lula, Maurício Tolmasquin, contextualizou o setor da energia nos últimos anos. Ele explicou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, ao assumir seu primeiro governo, encontrou um setor elétrico que ainda sofria as consequências do racionamento de 2001. Além do impacto no bem-estar das famílias, o racionamento havia reduzido o crescimento da economia e, consequentemente, do país.
Segundo Tolmasquin, o desafio, à época, era a construção de um novo modelo, que garantisse o abastecimento e, mais do que isso, a universalização. O governo Lula, de imediato, tirou a Eletrobras do plano de desestatização e atraiu investidores privados, o que o governo de FHC não havia conseguido fazer. Com contratos de longo prazo e que serviam como parte da garantia para o BNDES, o risco acabou ficando reduzido e milhares de usinas foram contratadas por meio de leilões organizados pelo governo federal, totalizando 85 mil megawatts.
Paralelamente, explicou Tolmasquin, houve a retomada da construção de usinas hidrelétricas que estavam paradas, além de leilões para outras fontes, como a eólica. Vale destacar que o Brasil, que até 2005 praticamente não dispunha de energia eólica, depois dos governos do PT, passou a figurar como o sétimo país do mundo na produção desse tipo de energia e um dos que mais expandem.
As grandes multinacionais do setor vieram para o Brasil e construíram fábricas aqui, o que também movimentou a economia, explicou Maurício Tolmasquin, afirmando ser esse um case de sucesso. “O Brasil foi o primeiro país a contratar eólica por leilão. Foram mais de 600 plantas inscritas”. Tolmasquin disse que o Brasil começou a realizar, inclusive, leilões para energia solar.
Ele ainda explicou que a expansão na transmissão (57 mil quilômetros de linhas contratadas) e a diversificação da matriz energética “aumentaram o número de redundâncias”, ou seja, um parque complementa o outro, ou uma fonte complementa a outra, diminuindo o risco de queda de energia.
Os dados também apontam que a universalização também é um legado do governo Lula. Com uma meta inicial de atender 10 milhões de pessoas, o programa Luz Para Todos beneficiou mais de 15 milhões com a ligação de energia elétrica nas residências, mesmo nas mais afastadas.
Hoje, depois de todo esse avanço, o governo ilegítimo de Michel Temer e do PSDB quer privatizar a Eletrobras. O objetivo não é construir novas usinas e seguir a expansão, mas, simplesmente, fazer caixa e transferir capital.
Além disso, o modelo de privatização de Temer prevê a venda de cotas ao preço de “energia nova”, ou seja, como se o consumidor tivesse que pagar pelo investimento na construção da usina. Porém, isso já foi pago. Isso quer dizer que, no caso de privatização, os consumidores terão que pagar contas de luz mais altas, com o acréscimo desse valor indevido.
Sobre a matriz elétrica sustentável, Tolmasquin explica que a matriz elétrica brasileira é 80% renovável, enquanto a média mundial é por volta de apenas 20%. “O Brasil tem condições de ser exemplo para o mundo em termos de matriz elétrica sustentável”. (com informações: lula.com.br)
Não à privatização do sistema Eletrobras e a entrega do patrimônio do povo brasileiro!
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