Na última quarta-feira (5/9), o indicato dos Urbanitários do Distrito Federal -Stiu-DF -participou do Encontro com Presidenciáveis promovido na sede da Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais (Anafe), em Brasília.
Participaram do Encontro, Álvaro Dias (Podemos) a favor da privatização de estatais; Guilherme Boulos (PSOL) contra a privatização da Eletrobras, e Henrique Meirelles (MDB) que quer privatizar todo o sistema elétrico nacional. Confira o que eles falaram sobre a Eletrobras.
O candidato Álvaro Dias (Podemos) disse ser contra a privatização dos bancos públicos, mas deixou a entender que privatizaria algumas das empresas estatais que existem no Brasil.
Ao ser perguntado pelo jornalista do STIU-DF se privatizaria a Eletrobras, o candidato desconversou. “Em momento adequado se avalia a conveniência da privatização desta ou daquela empresa estatal, mas num primeiro momento a preocupação deve ser a recuperação do valor patrimonial de todas elas”, disse, em certa medida, defendendo os interesses dos acionistas minoritários.
A representante do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, Maria Rita Serrano, perguntou para Álvaro Dias se ele privatizaria os bancos públicos, uma vez que muitos candidatos estão defendendo a privatização da Caixa Econômica e Banco do Brasil.
Segundo Maria Rita, a Caixa Econômica foi responsável, nos últimos anos, por 70% dos recursos destinados à habitação brasileira. Já o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste, juntos, destinaram cerca de 70% de todos os investimentos em agricultura.
“Os bancos privados, embora tenham concessão pública, não cumprem esse papel. Diante disso eu gostaria de saber se o senhor vai privatizar os bancos públicos e quem fará os investimentos que esses bancos fazem hoje no País”, perguntou Maria Rita.
“Jamais privatizaria o Banco do Brasil e a Caixa Econômica. Inclusive tenho projeto proibindo a privatização desses bancos públicos”, disse Álvaro Dias.
Veja a entrevista na íntegra.
Eletrobras não será privatizada no nosso governo, destaca Boulos
Também perguntado por meio de vídeo enviado previamente pela dirigente sindical do STIU-DF, Fabiola Antezana, que questionou qual seria a política de universalização da energia elétrica uma vez que milhões de pessoas ainda vivem às escuras, o candidato Guilherme Boulos (PSOL) disse que vai generalizar a cobertura de energia elétrica no País.
Segundo ele, o Brasil só avançará na política de eletrificação com investimentos públicos e uma estatal viável e com forte compromisso social.
“Uma empresa privada, preocupada com a sua lucratividade, vai investir para levar energia para um povoado de mil pessoas na Amazônia? Não vai, porque não é rentável fazer isso. Só vai fazer isso quem tem responsabilidade social, por isso não vamos deixar privatizar a Eletrobras. Vamos dar transparência e controle social na sua gestão e dar condição para que faça uma política de investimentos para que todos os brasileiros tenham acesso à energia elétrica”, defendeu.
Fabiola também destacou o papel do programa Luz para Todos, que levou energia elétrica para milhões de pessoas em todo o País e que precisa ser continuado. Para Bolulos, essa política realmente precisa avançar.
“Nós estamos em 2018, não no tempo das cavernas. Estarmos discutindo a universalização da energia elétrica quando esse problema já deveria ter sido resolvido no País. Aliás, as coisas estão andando para trás, pois 1,2 milhão de pessoas voltou a cozinhar a lenha por conta do preço do botijão de gás. Daqui a pouco as cavernas voltam a ser moradia literalmente”, disse Boulos ironizando o governo Temer.
Veja a entrevista.
A solução para o setor elétrico é a privatização, defende Meirelles
Por meio de vídeo, a dirigente sindical do STIU-DF, Fabiola Antezana, perguntou qual é a proposta do candidato Henrique Meirelles (MDB) para o modelo de setor elétrico brasileiro, “de modo a evitar a explosão tarifária vivida no Brasil nos últimos anos”.
Para Meirelles, a solução é a privatizar a maior empresa de energia elétrica da América Latina, a Eletrobras. “Primeiro é preciso recuperar os investimentos, depois desestatizar para entrar capital privado. O Estado mantém uma fatia, mas não o controle. Aí teremos energia mais barata, com melhor qualidade, mesmo em áreas rurais remotas”, disse.
Mas na prática, a realidade é bem diferente do que disse o candidato. Os estados que privatizaram as empresas de distribuição de energia passaram a ter contas de luz ainda mais caras e a qualidade do serviço prestado à população alcançou índices de rejeição alarmantes.
Para se ter uma noção do problema, essas empresas privadas de distribuição de energia estão no topo do ranking de reclamações nos Procons estaduais.
Assista a entrevista.
(com informações do Stiu-DF)
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