Lá se vão cinco rodadas de negociação e a ladainha da Cosern continua a mesma. Na prática, até o momento, nadica de nada para o trabalhador. No encontro realizado hoje, 23, O Sindicato deixou bem claro que não abre mão de que as cláusulas propostas pelos trabalhadores sejam avaliadas e apreciadas pela Cosern. Não discuti-las só mostra a face autoritária, intransigente e desrespeitosa da empresa em relação aos seus trabalhadores.
Logo no início da reunião, a bancada dos trabalhadores falou sobre a importância do debate das 17 cláusulas que a bancada patronal sugeriu excluir sem sequer discuti-las. Curioso é que na hora de impor objetivos inalcançáveis, buscando lucros exorbitantes, se exige do trabalhador sangue, suor e lágrimas, mas na hora de demonstrar o reconhecimento e a valorização pelo seu esforço, dedicação e competência, a Cosern prefere a indiferença. Ou seja, simplesmente DIZEM NÃO a maioria das cláusulas que beneficia e dignifica a categoria. BASTA DE AUTORITARISMO E INTRANSIGÊNCIA!
Os trabalhadores querem dar um basta nessa cultura do pão e circo que se perpetua há anos. Eles não aguentam mais essa postura adotada pela Cosern de patrocinar palestras, lanches, brindes em caminhada, mas na hora da negociação do ACT 2018/2019, não constrói um acordo digno e satisfatório para os trabalhadores, que é o seu maior patrimônio. Sobre esta lógica perversa, a diretora do Sintern, Carine Correia salienta que, “a COSERN não quer que os trabalhadores apenas cantem nas paródias, mas que também DANCEM nos acordos coletivos”.
Sindicato no encalço da empresa para garantir avanços na negociação
Diante da inércia da empresa através de seus representantes em mesa, o Sindicato mudou a estratégia e optou pela dinâmica de debater cláusula por cláusula, sendo elas:
53ª (gratificação do COI), 54ª (participação dos empregados nas reuniões da CIPA), 55ª (fim da terceirização), 57ª (extinção das APP no plantão e PA’s), 59ª (representação sindical e da CIPA), 60ª (programa de cultura do trabalhador – Vale Cultura), 62ª (tratamento contra obesidade e dependência química), 63ª (transferência de empregados), 64ª (comissão permanente de negociação), 65ª (equiparação dos salários dos analistas), 66ª (equiparação dos salários dos coordenadores), 68ª (equiparação dos salários dos agentes de processos comerciais, agentes administrativos e agentes financeiros) e 69ª (equiparação dos salários dos agentes de serviços elétricos.
O debate dessas cláusulas perdurou por todo o dia. Nos debates, a bancada sindical abordou entre outros assuntos, os efeitos nocivos da terceirização e as condições desumanas que são impostas aos trabalhadores das empresas terceirizadas para exercer as suas atividades. Falta de alojamento adequado, equipamento de proteção em péssimo estado de conservação, falta de treinamento adequado, sem água potável, sem pagamento de horas extras, enfim, uma série de situações irregulares que propicia aos trabalhadores uma condição de stress ocupacional seríssima.
Embora tenha sido objeto do desejo da empresa, o Sintern deixou claro em mesa que não aceita negociar horário flexível e banco de horas, referente a cláusula 4ª – Jornada de Trabalho.
Apesar do esforço dos representantes sindicais em evoluir nas negociações, inclusive com fechamento de alguns itens, nenhuma cláusula foi pactuada em razão da bancada patronal solicitar um prazo para apreciação do que foi debatido e se prontificar a trazer uma contraproposta na próxima rodada de negociação.
Ao término da rodada, foram definidas as novas datas das demais negociações, que serão realizadas nos dias 30/10 (terça-feira), 01/11 (quinta- feira) e 13/11 (terça-feira).
Fonte: Ascom SINTERN