Estimados companheiros, estimadas companheiras.
Nestes tempos intensos, de ventos fortes contra a classe trabalhadora, o Movimento dos Atingidos por Barragens tem a honra de convidá-los para a Cerimônia de Abertura da exposição “Arpilleras bordando a resistência”, que acontece no dia 6 de novembro, às 19 horas, no Centro Cultural Justiça Federal (Av. Rio Branco, 241).
A exposição acontece de 6 de novembro a 2 de dezembro com uma mostra de 21 arpilleras, peças costuradas por muitas mãos de mulheres atingidas por barragens no Brasil. Cada peça exposta traz, de maneira artística, criativa e contundente, o testemunho das violações de direitos sofridas por mulheres nas grandes obras que sangram rios e pessoas de norte a sul do país.
Através da confecção das arpilleras, as mulheres expressam, com linha e tecidos, aquilo que muitas vezes as palavras não conseguem dizer. Mas as arpilleras não têm só o sentido de denúncia, sendo também uma semente de organização das mulheres, pois cada uma percebe que não está sofrendo sozinha e que é necessário lutar coletivamente para ser mais forte.
O que é
Arpillera é uma técnica originária do Chile, na qual se costuram retalhos de tecido sobre juta. Naquele país, as mulheres utilizaram essa ferramenta especialmente entre as décadas de 70 e 90 para denunciar as atrocidades cometidas pela ditadura de Augusto Pinochet.
Costurando denúncias sobre a ditadura e memórias dos desaparecidos durante o regime, ao fazer as arpilleras, as mulheres chilenas conseguiram fortalecer o movimento de resistência e dar visibilidade nacional e internacional às violências sofridas no país.
É com esse sentido que mulheres atingidas por barragens no Brasil e integrantes do MAB resgataram a técnica, visando denunciar violações ambientais, sociais e culturais que as atingem em consequência do modelo energético atualmente adotado no país.
Contamos com sua presença!
Alexania Rossato Leonardo Maggi
Coordenação Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens