Decepção. Esse é o sentimento que prevaleceu no dia 01, ao término da sétima rodada de negociação com a Cosern. Mesmo com o grande esforço da bancada sindical em sensibilizar a empresa, nenhuma proposta consistente foi oferecida pela COSERN, mesmo a empresa se destacando no cenário nacional entre as Companhias com as melhores práticas de gestão financeira, governança corporativa, responsabilidade social, inovação e qualidade.
Na avaliação do Sintern, esta é uma postura vergonhosa, em especial para os seus empregados, que ajudaram o Grupo Neoenergia ser eleito um dos 25 maiores grupos empresariais do Brasil no ano de 2018. O que mais nos surpreende é o grupo liderar o ranking de empresa mais transparente do Brasil. Ora, onde está essa transparência? O gato comeu e ninguém viu.
Não pode ser possível diante de tantas premiações e dos altos lucros obtidos, o Grupo não oferecer algo mais condizente com o esforço, a dedicação e a competência dos seus empregados, verdadeiros responsáveis pela obtenção de melhores resultados. A atitude do gerente de RH da Cosern é sempre “blasé”, ou seja, total indiferença, insensibilidade, descaso e descompromisso com os trabalhadores.
“Não existe o menor interesse em ofertar na mesa de negociação uma proposta digna, capaz de mudar o curso das negociações. A empresa insiste em manter os “pacotes”, que nada mais são que junções de cláusulas que acarretam uma série de desvantagens e perdas do direito do trabalhador”, lamentou, indignado, o diretor do Sintern, Etevaldo Andrade.
Perversidade pouca é bobagem
Ao que parece, a bancada patronal quer mais é que trabalhador morra de trabalhar e sem nenhum laser, pois solicitou inclusive a retirada de pauta da cláusula 60ª, que trata do Programa de Cultura do Trabalhador – o Vale Cultura, alegando que já patrocina alguns eventos culturais e dá até algumas guloseimas aos trabalhadores. Internamente, essa prática é conhecida como “engana guloso”.
Nessa lógica, os trabalhadores terão que aderir ao Programa Gympass, já que a empresa também pediu para retirar a cláusula 62ª Tratamento contra Obesidade e Dependência Química. É importante lembrar que antes os empregados realizavam suas atividades físicas nas academias, hoje eles malham o Gympass.
Ah, em referência aos filmes exibidos pela Cosern, a bancada dos trabalhadores vai preferir o “vendedor de passados” ao vendedor do presente – Sr. Mario Ruiz Tagle, (Diretor Presidente da Neoenergia), que diz: “a Néos é o presente do nosso futuro”.
Ele “apenas” esqueceu de dizer que esse presente é o mesmo que Esparta ofertou à Tróia, ou seja, um “presente de grego”, que é uma expressão popular dita quando algum “presente” traz prejuízo para quem o recebe.
Esforço em vão
Durante toda negociação, a bancada dos trabalhadores solicitou uma contraproposta da Cosern em relação às cláusulas 23ª (Programa Educacional), 25ª (Diárias de viagem e quilometragem de veículos) e 35ª (Função Cumulativa). Mas, apesar do esforço, do sindicato na tentativa de construir propostas viáveis, a empresa se manteve irredutível.
“Lamentavelmente, a bancada patronal veio com o único objetivo de reduzir e negar as reivindicações da categoria, tanto que continua insistindo em retirar da pauta todas as 17 últimas cláusulas do ACT 2018/2019”, lamentou a diretora, Carine Correia.
A diretora, ressalta que é extremamente desgastante e frustrante negociar por horas e dias, sem a COSERN ter interesse em resolver os problemas que a própria empresa impõe aos seus empregados. A bancada patronal ainda não entendeu é que absolutamente nada será pactuado com redução de direitos e conquistas de benefícios.
“A luta por um Acordo Coletivo digno e justo passa pela garantia dos principais meios de subsistência do trabalhador, que é a conquista de melhores condições de salário e de trabalho. A evolução nas discussões, necessariamente depende desse entendimento”, frisou Carine.
Mesmo quando a bancada patronal diz avançar nas propostas, apresenta pegadinhas maliciosas que nem de longe enganam os trabalhadores. Como a Empresa BRINCA DE NEGOCIAR, em um flagrante desrespeito a categoria, a bancada dos trabalhadores deu um ultimato: ou a COSERN apresenta nas próximas rodadas de negociação uma PROPOSTA DIGNA para o ACT, ou o movimento reivindicatório vai deflagrar uma série de atividades com a presença massiva dos trabalhadores em assembleias convocadas pelo SINTERN.
A COSERN quer fazer um Acordo Coletivo sem colocar a mão no bolso e com rebaixamento de propostas! Isso além de INADMISSÍVEL, é pura ilusão patronal!
Fonte: Ascom Sintern