Lá se vão sete rodadas com a Cosern e no saldo destes encontros pouquíssimas cláusulas foram fechadas em mesa. A categoria começa a se perguntar qual é o motivo de ainda não haver avanços. A resposta é simples: não há como fechar cláusulas onde a empresa tenta retirar conquistas dos trabalhadores.
A Cosern sugere negociar através de “pacotes”, propondo pequenos avanços dentro de determinadas cláusulas, e condicionando o fechamento à alteração em redações de outras cláusulas que prejudicam a categoria. Em mesa, a bancada sindical tem deixado claro que não vai aceitar o retrocesso de conquistas. Em seu canal de comunicação a Cosern publicou que: “apresentou proposta para o pacote 11 buscando avanço nas discussões e acordos das cláusulas que compõem a pauta local”. Vejam vocês companheiros, como mentira tem perna curta. Eis as propostas indecentes que ela apresentou para as cláusulas que compõem esse pacote:
Retirar de pauta as cláusulas: 54ª (participação dos empregados nas reuniões das Cipas), 55ª (fim da terceirização), 59ª (representação sindical e da Cipa), 60ª (Programa de cultura do trabalhador – vale cultura), 62ª (tratamento contra obesidade e dependência química), 63ª (transferência de empregados), 64ª (comissão permanente de negociação), 67ª (piso salarial linha viva), 71ª(compromisso) e 72ª(foro) e sugeriu carta compromisso para as cláusulas: 53ª (Gratificação do COI), 57ª (extinção dos APP’s no plantão e PA’s), 65ª (equiparação do salário dos analistas), 66ª (equiparação do salário dos coordenadores), 68ª (equiparação do salário dos agentes de processos comerciais, agentes administrativos e agentes financeiros), 69ª (equiparação dos salários dos agentes de serviços elétricos) e 73ª(retroativos).
Quanto às cláusulas 23ª (programa educacional), 25ª (diárias de viagem e quilometragem de veículos) e 35ª função cumulativa, os reajustes propostos são INADMISSÍVEIS diante dos altos lucros obtidos pela COSERN.
Companheiros, isso não é proposta, isso é retirada e rebaixamento de direitos. Carta compromisso nada mais é que um documento formal pelo qual a COSERN “assume” a obrigação de realizar um compromisso assumido dentro de um prazo específico, porém, na prática, o que vem ocorrendo é o descumprimento do que foi acordado.
O sindicato mantém uma postura pró ativa e sabe que o processo de negociação é pautado na premissa do ganha-ganha, entretanto, a Cosern quer impor uma lógica do ganha e perde. Apesar de saber da grande ansiedade dos trabalhadores, o Sintern vai manter a linha de negociar sem aceitar perdas de conquistas. É preciso que a empresa adote uma nova postura e venha com o interesse em evoluir efetivamente.
Na avaliação da direção do Sintern, este é um processo onde as partes precisam sair satisfeitas, dentro de um equilíbrio. A empresa, portanto, não pode querer impor seu desejo de retirar o que já foi conquistado, colocando como barganha avanços que podem existir numa negociação justa.
Cuidado com as pegadinhas – A direção do sindicato alerta os cosernianos para não caírem no famoso Canto da Sereia, ou seja, a Cosern diz que tem algo bom para oferecer, mas em troca quer retirar outro que vale muito mais. É possível que nas próximas semanas a empresa utilize suas lideranças para venderem a imagem de que o sindicato tem sido intransigente ou que não está disposto a negociar, ou ainda, que as propostas são excelentes e que o trabalhador deve aceitar. Enfim, essa é uma prática que esperamos que não ocorra, já que os trabalhadores sabem muito bem discernir sobre o que é bom ou não para a categoria.
Traduzindo as últimas rodadas do acordo: ainda não foi fechada mais cláusulas porque a maioria das propostas não satisfaz o desejo dos trabalhadores!
Esperamos que a Cosern na próxima rodada apresente números que efetivamente possam garantir avanços para os trabalhadores, sem, por outro lado, retirar suas conquistas!
Fonte: Ascom Sintern