Em nota, CNE diz que o presidente da Eletrobras não respeito à história, o presente e futuro da provisão de energia, além de ser submisso às grupos financeiros nacionais e estrangeiros. #ForaWilsonPintoJr.
O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, indicou ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, a permanência de Wilson Ferreira à frente da Eletrobras, segundo informação do jornal O Estado de S. Paulo. A interlocutores, Guedes afirmou aprovar o trabalho de Ferreira na presidência da estatal. Bolsonaro, porém, ainda não bateu o martelo.
Guedes também analisa o nome de Ferreira para o Ministério de Minas e Energia (MME), mas essa não seria a primeira opção para o executivo. Ferreira negou que tenha sido convidado para o MME. Disse apenas que, a pedido da equipe de transição, apresentou o projeto de capitalização da estatal. Para o ministério, vem sendo sondados ainda Paulo Pedrosa e Adriano Pires. Mas, segundo fontes, a velha-guarda que sempre dominou o ministério – leia-se MDB – não estaria satisfeita com as indicações. (fonte: O Estado de S. Paulo)
CNE é contra a permanência de Wilson Pinto Jr. na presidência
Em nota de repúdio, divulgada na última semana, o CNE – Coletivo Nacional dos Eletricitários – afirma que “não temos dúvida de que o melhor para o Brasil é à saída do atual presidente que gere a empresa sem se importar com a soberania nacional, o respeito à história, o presente e futuro da provisão de energia, além de ser submisso às grupos financeiros nacionais e estrangeiros”.
Para os eletricitários, a troca do presidente da holding se respaldaria nos seguintes motivos:
Financiador da Campanha do Ex – Ministro de Minas e Energia Fernando Filho que o nomeou para a posição – apesar de legal, constitui um ato de imoralidade um presidente de uma empresa controlada pela União se tornar financiador da campanha do Ministro que o nomeou. A sociedade não aceita este tipo de retribuição, “uma espécie de toma lá, da cá”. Chama atenção que além de Wilson Ferreira, presidente da Eletrobras, o presidente da CHESF, Sinval Gama, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, e o presidente da EPE, Luiz Barroso, todos nomeados pelo mesmo ministro, fizeram generosas doações de campanha. O presidente Wilson não tem moral em falar sobre a politização ocorrida nos governos anteriores, na medida em que uma mera consulta ao TSE o qualifica como doador de campanha de político que teve forte participação na sua nomeação.
Financiador da Campanha de Deputados de São Paulo – é plenamente normal um cidadão comum se tornar um financiador de campanha. Legal, mas imoral, é um gestor de uma empresa controlada pela União, que se relaciona continuamente com o Congresso Nacional para debater assuntos sobre o setor que afligem a companhia, financiar a campanha de deputados. O presidente Wilson não tem moral em falar sobre a politização ocorrida nos governos anteriores, na medida em que patrocina deputados que votam matérias de interesse da Eletrobras, dos investidores, das multinacionais, e de outros grupos de interesse do setor.
Apoiador da nomeação de Conselheiro de Administração da Empresa Francesa Engie (concorrente da Eletrobras) para a atuação simultânea no Conselho da Eletrobras – um ato que não guarda o mínimo de defesa da soberania nacional. No Conselho de Administração são debatidas as diretrizes estratégicas da companhia e diversas operações financeiras e societárias. A presença de um conselheiro de uma empresa francesa é, no mínimo, uma imprudência. A defesa do interesse nacional, um dos lemas do presidente eleito, não pode ser observado em práticas desta natureza. Aos militares que apoiam este novo governo, saibam que no conselho da Eletrobras tem um legítimo representante de uma empresa com forte participação do governo francês, cuja presidenta da companhia já manifestou publicamente o interesse em ativos da Eletrobras que foram repassados na internet pelo próprio ministro Moreira Franco.
Contratação de empresa de publicidade para falar mal da Eletrobras e criar um clima favorável à privatização – O Sistema Eletrobras tem empresas com décadas de serviços prestados ao Brasil, caso da Chesf, Furnas, Eletrobras, Eletrosul, Eletronorte, dentre outras. A campanha ofensiva contra a Eletrobras, por empresa de publicidade que despachava diretamente com o Presidente Wilson, é um ato de desprezo a todos os empregados e diretores civis e militares que participaram da construção das companhias que integram o território nacional. Se plotarmos o Sistema Interligado Nacional sobre o mapa da Europa, a robustez do sistema elétrico brasileiro seria suficiente para integrar grande parte do continente. Foi utilizada uma guerra de mídia para induzir a opinião pública contra o Sistema Eletrobras e este processo será intenso nos próximos meses.
Contratação sem licitação do BTG para avaliar ativos da companhia – o BTG possui SPES e participação representativa de uma grande empresa que opera no setor elétrico (ENEVA), uma grande comercializadora de energia, participação acionária na Equatorial e, mesmo assim, foi contratada a pedido do presidente Wilson Junior para avaliar os ativos da Eletrobras de geração e transmissão que foram colocados à venda. Um caso clássico de conflito de interesse, ainda mais em função do êxito da Equatorial em comprar ativos da Eletrobras.
Desrespeito Contínuo aos Empregados – o Presidente além de chamar os empregados de “vagabundos”, caracterizou sua gestão por fumar em reuniões com empregados em locais fechados (por muito tempo teve um fumódromo ao lado da sua sala) e não tem coragem de agendar reuniões com o corpo de funcionários da companhia. Um gestor com aversão a pessoas não inspira confiança e engajamento.
Contratação de consultor jurídico da Advocacia Geral da União para ocupa do cargo de Consultor Jurídico da Eletrobras, diretamente subordinado ao presidente, mesmo a Eletrobras e a AGU estarem em polos opostos de disputas judiciais na casa de R$ 14 bilhões – O escândalo desta nomeação foi tamanha que saiu em diversos jornais de grande circulação. O consultor jurídico tem acesso e influência em toda a estratégia de defesa da companhia e é inadmissível que simultaneamente, tenha laço profissional orgânico com o polo oposto. A discussão está nos tribunais e traz riscos para a companhia.
Tentativa de negociação direta de ativo com a Equatorial em atitude freada pelo TCU – Wilson e Equatorial se conhecem de longa data. Quando ele estava na CPFL, sua empresa e Equatorial fizeram parceria para adquirir grupo Rede por R$ 1 real. Na Eletrobras, a Equatorial comprou ativos da empresa a preços bastante atrativos. Caso não houvesse uma posição firme e decidida do TCU, o Sr. Wilson teria negociado ativo diretamente com seus amigos da Equatorial sem realizar leilão ou dar publicidade à operação, dentro de um conceito “lustra móvel” de oportunidade de negócio.
Criador da retórica de democratização de capital – a tentativa de ludibriar a sociedade brasileira em prol da privatização era tamanha, que Wilson propôs que a privatização na verdade seria uma democratização, mesmo que o conceito de democracia não guarde relação com uma operação financeira. Não podemos falar em democratização de capital em um país com uma massa enorme de desempregados e de cidadãos de baixa renda e classe média que não operam no mercado de capitais. Esta democratização não passa de uma retórica para vender uma companhia estratégica para o futuro dos brasileiros para fundos de investimentos da elite nacional (ex: 3G Radar, Opportunity, Vince, BTG) e internacionais como (JP Morgan, Goldman Sachs, HSBC, BNP Paribas, Black Rock, Vanguard, dentre centenas de outros fundos).
Financiamento de Campanha se configura como uso político – O gestor que tenta passar uma imagem de mero técnico, não pode se dar ao direito de ser um financiador privado de campanhas eleitorais e executar doações generosas. Ademais, o Presidente faz visitas reiteradas as Casas Legislativas que extrapolam as convocações oficiais.
Relação com empresas estrangeiras e fundos internacionais – O Presidente que não fala para a sociedade a representatividade dos fundos de pensão estrangeiros, fundos de investimento nacionais e internacionais e fundos soberanos nas ações preferenciais da Eletrobras. A leitura de uma Ata de Assembleia Geral Ordinária da Eletrobras permite identificar que categorias profissionais de norte-americanos que vivem no Alaska, Califórnia, New York, Oregon, Idaho, Mississipi, Minnesota, New Jersey, Santa Barbara, Texas, Illinois, Califórnia, Ohio, Washington, Los Angeles, Wisconsin, Virginia , Missouri e vários outros tem ações da Eletrobras. Diversos fundos de pensão ligados a empresas de porte global como AT&T, General Electric, IBM, Boeing, British Airways, Ford, Caterpillar, dentre outros, possuem ações da Eletrobras. Enquanto no Brasil tentam fragilizar a previdência dos brasileiros, os países ricos buscam ampliar a geração de riqueza para os fundos de previdência de seus cidadãos. O apoio à privatização dos segmentos de água, energia, petróleo e gás nos países em desenvolvimento constitui um corolário deste modelo. São recursos estratégicos no contexto global. A privatização seria uma oportunidade para estes fundos ampliarem as suas fatias no capital social da empresa. O envelhecimento da população nestes países e seus reflexos demográficos fazem com que a busca de riquezas nos países em desenvolvimento seja uma forma de sustentar o custo previdenciário.
Privatização das Distribuidoras trazendo riscos substanciais de fluxo de caixa da holding, podendo induzir uma privatização a preço de banana, na “bacia das almas”.
Proximidade com Paulo Pedrosa que foi responsável pelo escândalo do The Guardian sobre os leilões do pré-sal – Wilson, Pedrosa, e Fernando Filho fizeram uma gestão em prol do capital financeiro e especulativo. Paulo Pedrosa foi alvo de um escândalo global do The Guardian, no qual negociou isenções bilionárias para companhias inglesas em leilões do pré-sal. É uma insanidade que este cidadão seja convidado para comandar o MME.
Excesso de Contratações sem Licitação – O presidente sempre pautou para contratar serviços que conviveram com ele na CPFL, sem se importar com regras de contratação.
Leia:
. Wilson Pinto acumula irregularidades na gestão da Eletrobras e CNE pede saída imediata do presidente
. Nota de repúdio dos eletricitários contra as declarações do Presidente Wilson Pinto Jr.
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