No último dia 16 de janeiro, os diretores do Sinergia-MS participaram de mais uma reunião com representantes da Energisa para debater medidas que garantam a efetiva segurança dos eletricitários. Este é o terceiro encontro sobre o assunto e que faz parte de uma série de ações previstas no termo de compromisso assinado pela concessionária no dia 7 de maio, com a intermediação da Superintendência Regional do Trabalho, que foi o resultado do relatório sobre o acidente que provocou a morte do eletricista Jean Roberto Weiss Ramos, em 2017.
Estavam presentes nesta primeira reunião de 2019 os diretores do sindicato Elvio Vargas, Alicéia Alves Araújo, Natanael Cavalheiro e Francisco Ferreira da Silva e quatro representantes da concessionária de energia. A Energisa-MS apresentou, logo no início da reunião, os indicadores de segurança de 2018, as ações realizadas e o plano de trabalho de Saúde e Segurança para 2019, além de informar sobre a contratação de um consultoria para mapear os processos de segurança da concessionária e apresentar os diagnósticos.
“Essa é uma questão inédita em que a empresa está discutindo e ouvindo o sindicato, para elaborar ações que possam melhorar a segurança e reduzir os riscos de mais acidentes, principalmente com morte”, comentou o presidente do Sinergia-MS, Elvio Vargas.
Durante a reunião, os diretores do sindicato ainda solicitaram que sejam realizadas inspeções nos treinamentos obrigatórios e que os multiplicadores possam ficar focados 100% na capacitação, sem outras atividades, garantindo assim a qualidade desses treinamentos, e também que os gestores sejam preparados, através de capacitações, para multiplicar a mensagem e implantar a cultura de segurança.
Em relação a este assunto, os representantes da Energisa disseram que constam nas ações da empresa as avaliações dos treinamentos obrigatórios e da sua eficácia, além de entender a importância de capacitar as lideranças para passar a mensagem aos colaboradores.
“Finalmente, mesmo que tardiamente e com tantas mortes, a Energisa-MS está colocando na prática o que era um discurso antigo, o da segurança em primeiro lugar, pois no dia a dia o principal valor da empresa, onde todos estão mais que 100% focados, é o valor do resultado, e se a cultura de segurança não for verdadeiramente implantada continuaremos a enterrar precocemente os nossos colegas de trabalho. A empresa está reconhecendo que a responsabilidade de um acidente é de todos, inclusive dos gestores e dos diretores”, ressaltou a diretora do sindicato, Alicéia Alves Araújo.
Reivindicação
O sindicato ainda reivindicou que a empresa faça um estudo nos trechos da BR-163, entre São Gabriel do Oeste e Sonora e entre Caarapó e Naviraí, onde há um fluxo intenso de carretas em alta velocidade.
“Nesses trechos, recebemos diversas reclamações do comportamento agressivo por parte dos caminhoneiros, sendo necessário um ajuste na velocidade controlada dos carros e das viaturas da empresa. A vida dos eletricitários também está em risco neste caso de má comportamento dos outros motoristas. Sugerimos um levantamento com um especialista em trânsito e a concessionária se comprometeu em realizar esse estudo em horário de pico e em dias de semana”, comentou Alicéia.
Os diretores do sindicato informaram que vão realizar visitas no interior do Estado para relatar aos trabalhadores sobre as ações da empresa em relação à segurança e também para ouvir as demandas da categoria quanto a este assunto.
“Não adianta, por exemplo, a empresa dar os EPIs, é preciso dar condições de trabalho, sem que o trabalhador fique preocupado com os indicadores ou com os atrasos no pagamento das diárias de viagens. É imprescindível para uma empresa, onde as atividades desempenhadas pela sua base é de altíssimo risco, que o ambiente de trabalho seja saudável, sem estresse, para que o eletricitário fique focado e exerça sua atividade de forma plena. O que queremos é evitar acidentes e mortes, como os casos recentes dos colegas eletricistas Jean e Ronaldo. A nossa pressão por mais segurança é porque queremos manter a vida dos eletricitários”, afirmou o presidente do sindicato, que ainda disse que os diretores vão acompanhar todas as ações apresentadas pela concessionária.
Demissões
Somente nesta semana, cinco trabalhadores da Energisa-MS, na região Sul do Estado, foram demitidos por não cumprirem as medidas de segurança. O sindicato voltou a se reunir, nesta quinta-feira (dia 17), com a empresa e se posicionou totalmente contrário às dispensas e, em dois casos que seriam demissões por justa causa, conseguiu através de negociação reverter a situação.
“O trabalhador precisa ter a chance de explicar o que aconteceu, somos contrários às demissões. Somente agora a empresa está realmente se preocupando com a questão de segurança, então é preciso mudar a cultura e dar condições para que o trabalhador desempenhe as atividades de forma segura. Até então, os eletricitários precisam cumprir os indicadores operacionais e atender a diversas ordens de serviços em pouco tempo, com isso, acabam pulando etapas dos procedimentos de segurança”, ponderou Elvio. (fonte: Sinergia-MS)
Urbanitários na resistência: contra à privatização do setor elétrico e do saneamento.
ÁGUA, ENERGIA E SANEAMENTO NÃO SÃO MERCADORIAS!