A substituição do presidente de Furnas, Ricardo Medeiros, será definida na próxima quinta-feira, 29, em reunião de um comitê interno. O tema será levado para reunião do conselho de administração da Eletrobras no dia seguinte. Segundo o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, o mandato do atual presidente da Eletrobras está no fim e ele deve ser substituído pelo atual diretor de Administração, Júlio César Jorge Andrade. Questionado se persistem indicações políticas na empresa, como as reveladas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, o presidente da Eletrobras respondeu que há indicações do Ministério de Minas Energia (MME), mas que passam pelo crivo interno, de governança corporativa. “É preciso mudar a cultura da empresa”, disse o presidente da Eletrobras, que afirmou querer implantar um ambiente interno pautado pela meritocracia. “Exagerei (ao chamar alguns empregados de vagabundos), mas os embates têm que ser enfrentados”, disse o executivo. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) avalia a entrada de um sócio minoritário na usina nuclear Angra 3 e também de um financiador. As duas soluções – parceiro e financiador – poderão vir juntas ou não, segundo Wilson Ferreira Júnior. A definição deve sair até setembro, para que a obra seja retomada no início de 2019 e a conclusão seja feita em 2023. Até agora, 63% da obra já foi concluída, o que demandou investimento de R$ 10 bilhões, dos quais R$ 8 bilhões foram financiados e R$ 2 bilhões de caixa próprio. Por isso, disse Ferreira, não haveria motivo de abandonar o projeto e adiantar o pagamento da dívida financiada, como previsto em contrato. De acordo com o presidente da Eletrobras, quatro investidores já demonstraram interesse no negócio, independentemente do envolvimento da Eletronuclear em esquemas de corrupção, como revelado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Os interessados são de China, Rússia, Coreia do Sul e França.
Fonte: Jornal do Comércio