A Cemig divulgou recentemente que pagará a PLR 2018 no contracheque de maio. Foi um anúncio que desconsiderou totalmente as insistentes cobranças do Sindieletro para que a empresa antecipasse a distribuição da Participação nos Lucros e Resultados referente ao exercício do ano passado.
Esse foi mais um exemplo de falta de diálogo dos gestores da estatal para negociar os direitos e benefícios para a categoria eletricitária. Para a Cemig não haveria dificuldade em liberar a verba devida aos trabalhadores ainda este mês, uma vez que o lucro da empresa, apurado em 2018, já foi divulgado e está no caixa da estatal. Já para os trabalhadores faz muita diferença receber a PLR no pagamento de abril, visto que muitos têm seus compromissos financeiros e orçamentos mensais apertados em função das despesas de início do ano.
Desde o final do ano passado, o Sindieletro vem cobrando da Cemig a antecipação do pagamento da PLR 2018. Vale lembrar que, em outras épo cas, em gestões que a Cemig dialogava com o Sindieletro, mesmo com todas as dificuldades nas negociações, a empresa concordava com a antecipação.
Pelo visto, a gestão que acabou de chegar parece optar por uma relação de desgaste, ao invés de negociar e ouvir as demandas dos eletricitários. Diante deste cenário, reforçamos que a mobilização e unidade da categoria só crescerão para fazer frente à postura da empresa.
ACORDO DE 2018
Junto ao comunicado do pagamento da PLR 2018, a Cemig divulgou que o lucro líquido de 2018 (R$ 1,7 bilhão) ultrapassou o valor previsto no orçamento da
empresa para o ano. Diante disso, foi ativada a cláusula 3ª, item 2, do Acordo específico de PLR, que garantiu o aumento da montante a ser distribuído de 4% para 7,5% do Lucro Líquido Consolidado.
“Esse aumento foi uma importante vitória da categoria, numa cláusula pautada e conquistada pelo Sindieletro, mas o valor final a ser distribuído para cada trabalhador sofrerá uma pequena perda, já que o resultado do indicador de Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD) não foi cumprido”, explica Jefferson Silva, coordenador-geral do Sindieletro.
O Sindieletro negocia a PLR a partir de três pilares, que são o montante a partir da Lajida, a distribuição linear e com indicadores e metas voltados para a disponibilidade de ativos, e o resultado sobre os processos de trabalho, onde os trabalhadores tenham a possibilidade de acompanhar o cumprimento das metas.
De acordo com Jefferson, conseguimos avançar em alguns desses pilares nos últimos anos, mas, na avaliação do coordenador, a construção de uma PLR
justa passa pela compreensão da categoria sobre os interesses da gestão da empresa.
“Nos últimos anos conseguimos acabar com a distribuição de múltiplos e reduzir os mais de 40 indicadores que a gestão da empresa pautava para a nossa PLR”, afirma.
“Somente a convicção e a pressão da categoria na negociação são capazes conquistar uma PLR que faça justa distribuição de renda na casa, garantindo autonomia aos trabalhadores sobre o cumprimento das metas”, finaliza Jefferson.
Fonte: Ascom Sindieletro-MG