No calendário do brasileiro, hoje – 24 de janeiro – é comemorado o Dia Nacional do Aposentado. Porém, os motivos apontam mais para um sentimento de preocupação do que de celebração.
Os aposentados lamentam as perdas sofridas e os mais jovens se preocupam com a reforma da Previdência que retira direitos e ameaça a todos com um futuro de penúria.
As aposentadorias a cada dia ficam menores. Neste ano, não bastasse o menor reajuste do salário mínimo dos últimos 24 anos, aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que ganham acima disso também tiveram seus vencimentos corrigidos pelo pior índice desde o início do Real. Isso porque, a projeção do governo ilegítimo de Michel Temer para o acumulado do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do IBGE, que reajusta as aposentadorias e pensões, em todo o ano de 2017 foi 1,88% – até novembro, o acumulado dos 12 meses anteriores era de 1,95%.
Como o reajuste começou a valer a partir desse mês de janeiro, esta é a pior correção desde a implantação do Plano Real no país, em 1994. O menor índice até então havia sido o aplicado em abril de 2007: 3,30% (naquela ocasião, era levado em conta o acumulado dos últimos 12 meses do INPC até março).
De outro lado, a grande massa de aposentados do país que ganha apenas um salário mínimo também teve seus direitos conquistados usurpados pelo governo Temer. O reajuste de 1,81% do salário mínimo também foi o menor aumento desde a criação do Plano Real. O valor passou de R$ 937 para apenas R$ 954.
Futuro incerto
Todo trabalhador tem o direito de se aposentar depois de anos e anos de trabalho e com um valor de benefício que lhe garanta uma vida digna na velhice. Porém, isso parece cada vez mais longe para a classe trabalhadora brasileira diante da atual proposta de reforma da Previdência do governo golpista de Temer.
Essa proposta de reforma da Previdência quer está sendo imposta à sociedade brasileira está construída sobre mentiras. É mentira que essa reforma acaba com privilégios de servidores públicos. É mentira que a Previdência tenha déficit. É mentira que o perfil demográfico que temos impõe elevar imediatamente a idade para aposentadoria de homens e mulheres.
Há privilégios, sim, no setor público, e estão concentrados basicamente no Judiciário, no Ministério Público e nos altos escalões do Legislativo. O que teria que ser eliminado imediatamente são os altos salários que ultrapassam o teto constitucional. Disso nada fala a pretensa reforma.
A mentira do déficit foi totalmente desmascarada pela CPI da Previdência. A CPI mostrou não só que não havia déficit, mas que tem havido superávit nos últimos anos. (esta matéria usou informações da CUT e GGN)
Por isso, somos contra a reforma da Previdência e lutamos para que toda a classe trabalhadora tenha direito a uma aposentadoria justa, tanto os que já estão aposentados como para todos os outros que deverão se aposentar.
A luta da FNU, que representa a categoria urbanitária, é para que todos tenham ‘de fato’ o direito de comemorar este dia, tanto hoje, no presente, como no futuro!
A FNU presta aqui também uma homenagem a todas as aposentadas e aposentados e agradece os anos de serviços prestados por todos na construção do nosso país.
NÃO À REFORMA DA PREVIDÊNCIA!