Nos debates econômicos tão em pauta nos últimos anos um bom parâmetro de entendimento é: se é bom para o Mercado não é bom para o trabalhador.
A Eletrobras apresentou lucro inédito de R$ 13 bilhões em 2018. No primeiro trimestre de 2019 apresentou lucro líquido de R$ 1,3 bilhão. O Mercado gosta, o mercado aplaude. Já os trabalhadores…
Os consumidores pagam taxas altíssimas de energia com variações inexplicáveis de bandeiras em suas contas, e aqueles que são atendidos pelas compradoras das distribuidoras que a Eletrobras vendeu têm sentido no bolso a fome de lucro dos privatistas.
Historicamente, as campanhas salariais da Eletrobras nunca foram fáceis. Registramos várias mobilizações e greves, em algumas situações os ACT’s foram decididos no Tribunal Superior do Trabalho, como forma de garantir os direitos dos trabalhadores.
Mas desde 2016, gestão de Wilson Pinto Junior, o que tem acontecido durante o processo legítimo de campanha salarial é vergonhoso! Os trabalhadores e trabalhadoras da Eletrobras, através das entidades sindicais que os representam, são humilhados, ridicularizados, depreciados.
Em 2018, depois de muita luta, foi conquistado um pouco mais de 1% de reajuste.
Agora, já na 4ª rodada de negociações do ACT 2019, duas propostas absolutamente vergonhosas foram apresentadas pelos representantes da Eletrobras. E em nenhuma delas um diretor de Administração se dignou a participar, uma demonstração do total descaso da direção para com os trabalhadores.
Mesmo com lucros inéditos a empresa apresentou 0% e 1% de reajuste às remunerações e benefícios, inclusão de cláusulas que reduzem benefícios e a retirada de outras que são uma tentativa descarada de tentar acabar com as entidades sindicais, defensoras legais dos direitos dos trabalhadores!
Essa gestão da Eletrobras não quer negociar com os trabalhadores, nunca quis. Por mais de uma vez seu “chefe” deixou claro o que acham dos seus empregados: vagabundos e inoperantes. Imprestáveis. É assim que o Sr. Pinto Júnior pensa. É assim que ele nos trata.
Os trabalhadores e as trabalhadoras vão continuar assistindo essas pessoas que nada têm em comum com a trajetória da Eletrobras destruí-la com licitações milionárias sem licitação, com um projeto comprado de privatização e com a manipulação de nomeações inclusive para o Conselho Administrativo, e ainda se vangloriarem dos lucros obtidos?
Não é possível conviver com o medo, e esperar de braços cruzados a demissão em massa, como vem acontecendo na Equatorial Cepisa. É preciso ir à luta nas manifestações, assembleias e mobilizações das bases para vencermos mais essa ameaça.
Fonte: CNE