A batalha começou. Depois de muito alarde, vai-e-vem de declarações e inúmeros ataques públicos à maior estatal de Minas Gerais, o governador Romeu Zema anunciou seu primeiro passo concreto para tentar privatizar a Cemig: calar a voz do povo mineiro.
Na tarde do último dia 25, em pronunciamento no Palácio Tiradentes, o governador afirmou que nas próximas semanas enviará à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), para acabar com o direito da população mineira de opinar sobre a venda de empresas públicas.
Zema não forneceu detalhes sobre o teor da Emenda ou sobre a data de apresentação, mas, na prática, o governador espera driblar a Constituição Estadual, acabando com a exigência de realizar um referendo popular antes de privatizar a Cemig e outras empresas.
A venda das estatais e empresas públicas de Minas faz parte do rol de maldades que o Governo Federal exige em troca da adesão ao Programa da Recuperação Fiscal, medida que virou mantra da administração laranja.
E se havia críticas da ausência de uma marca desse Governo, talvez, enfim, ela esteja ganhando forma: muitas redes sociais, nada de debate com o povo, com o parlamento e os trabalhadores (as), além de uma submissão vergonhosa de Minas ao governo Bolsonaro.
Hora de massificar
Até o momento, o Sindieletro tem feito o debate com a categoria sobre os prejuízos da privatização da Cemig. Lançamos, em junho, a campanha “Não vale privatizar!”, resgatando o triste legado que a ganância e o lucro a qualquer custo deixaram para o povo mineiro após a privatização da Vale.
Nesta semana, trouxemos relatos sobre o resultado da venda da Celg, em Goiás, e o caos que se tornou a vida da população após a privatização da empresa: queda vertiginosa na qualidade dos serviços para todos e aumento das tarifas.
Agora, com o primeiro passo dado pelo governador, é hora da categoria eletricitária assumir o protagonismo na luta. E estar na vanguarda desta batalha, companheiros (as), não significa que vamos caminhar sozinhos.
Vamos debater com a nossa família, na roda de amigos e com fóruns oficiais, como o Coletivo de Sindicalistas em Defesa das Estatais, todos os aspectos nocivos da privatização da Cemig. Precisamos, acima de tudo, combater a campanha de difamação que estão promovendo contra a nossa empresa!
“Os eletricitários talvez não saibam ou não consigam entender a importância, o simbolismo que essa categoria tem para a luta em defesa da Cemig e do patrimônio público de Minas Gerais”, avalia o coordenador Geral do Sindieletro, Jefferson Silva.
“A Lei que garante que toda a população mineira referende uma eventual privatização e que que ainda exige três quintos de votos na ALMG para vender as nossas empresas é fruto da luta da categoria eletricitária de Minas Gerias. É exatamente a nossa mobilziação que está no caminho de Zema”, finaliza.
Fonte:Ascom Sindieletro-MG