Vítima contumaz de governos que sempre a usaram com fins eleitoreiros e moeda de troca em barganhas políticas, deixando de lado a sua função principal, de levar água de boa qualidade e esgotamento sanitário para os sergipanos, a DESO, já bastante sugada e sucateada, hoje não tem muito a oferecer aos caciques político do estado, pois já lhe exauriram a ponto de perder a posição, no passado, de uma das melhores empresas de saneamento do país.
Nesses tempos bicudos, a Companhia é vista por muitos como uma pedra no sapato do atual governador, e pode se ver claramente isso nas sucessivas entrevistas que ele dá na imprensa. E essa visão de empresa problemática acaba se estendendo para uma boa parcela da população, que ao ver dia após dia a qualidade dos serviços cair, questiona se é de fato interessante manter uma estatal de fornecimento de serviços básicos de água e esgoto. Só esquecem que a iniciativa privada só trabalha com dinheiro público via Caixa e BNDES, mas não vai investir um centavo para oferecer esses mesmos serviços em localidades em que não tiver lucro.
A DESO, que outrora já foi motivo de orgulho para qualquer um que fizesse parte dos seus quadros, hoje é tratada com o um “cão sem dono”, que deve ser levado ao sacrifício, não obstante as diversas ingerências políticas ainda praticadas regularmente por gestores e governadores pouco comprometidos com ela, indicando e exonerando, ao bel prazer e ao sabor das conveniências políticas, diretores e até presidentes. Teve-se ano que chegou-se a ter três presidentes diferentes, o que elimina qualquer possibilidade de sucesso em uma gestão, em função da descontinuidade.
Não dá pra deixar de imaginar que se trata de uma forma sórdida e premeditada de levar a DESO à ruína, e a sua possível privatização hoje soa na mente dos governantes como uma bela ópera tragicômica, onde os fins sempre irão justificar os meios.
Aos trabalhadores da Companhia cabe a reflexão: como funcionários, onde estamos errando e dando subsídios para alimentar a sanha incansável de certos gestores, de se livrar do que é público? O que de fato podemos fazer, além de reagir dentro das possibilidades de cada um, para manter a DESO como uma empresa pública e prestando serviços de qualidade à população?
Fonte: Ascom Sindsan