Começou na manhã da quinta-feira dia 25 de janeiro, em Porto Alegre, o XXVII Seminário de Planejamento de Campanha Salarial, promovido pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários, com apoio da Federação Nacional dos Urbanitários, a FNU.
Durante três dias, lideranças de vários estados estarão reunidos na capital gaúcha em uma semana em que a cidade foi sede de um dos momentos históricos vividos pela política brasileira, o julgamento do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva pelo Tribunal Regional Federal da 4 Região. A condenação de Lula, como não poderia ser diferente, esteve em pauta no evento que visa traçar estratégias para evitar a privatização, nas esferas estaduais e nacional, das estatais de energia elétrica.
Na primeira manhã de seminário, a discussão focou na realidade política e econômica brasileira e numa análise dos caminhos que fi zeram o país chegar a situação atual. O presidente da FNU, Pedro Blois, abriu o debate enfatizando que é necessário unir forças para que os acordos coletivos na categoria avancem e que medidas políticas e jurídicas devem seguir sendo consideradas para barras as privatizações.
Presente no evento, Ana Maria Spadari, presidente do Sindicato dos Eletricitários do Rio Grande do Sul, a Senergisul, destacou que no Estado os servidores completam mais de um ano de luta contra o desejo do governo de privatizar a Companhia Estadual de Energia Elé- trica, a CEEE, e lembrou que neste período a qualidade do serviço prestado segue sendo alta, apesar do sucateamento e tentativas de enfraquecimento da companhia. Além de Claudir Nespolo, presidente da Central Única dos Trabalhadores no Rio Grande do Sul, compuseram a primeira mesa de debates José Álvaro Cardoso, supervisor técnico do Dieese de Santa Catarina e Róber Iturriet Ávila, professor de econômia da UFRGS.
Relembrando os últimos anos da economia brasileira, Róber mostrou que o momento atual é resultado de uma crise internacional, mas também de uma estratégia do governo Temer que optou pelo reajuste fi scal para atender ao mercado e buscar apoio, o que resultou no aumento do desemprego e baixa dos salários. “Obviamente, o governo federal destaca que a infl ação caiu, mas caiu porque os salários despencaram e o consumo diminuiu”, explicou. Além dos aspectos políticos e econômicos, debates sobre pautas jurídicas também estão programadas para os próximos dias.
O seminário vai até sábado, quando o calendário do programa de privatização e as ações do CNE estarão em discussão.