A capitalização da Eletrobras – processo que vai determinar a sua privatização – deve ficar para a partir de fevereiro do ano que vem. Em entrevista coletiva a jornalistas realizada nesta terça-feira, 13 de agosto, o presidente da empresa, Wilson Ferreira Júnior, revelou que acredita que o projeto de lei que vai definir o modelo da operação de venda deve ficar para este ano. “O mercado vive de janelas. Essas janelas vão possivelmente fazer com que a gente faça a emissão a partir de fevereiro”, afirma.
Segundo o executivo, esta época representaria melhor janela de oportunidade, já que o período de férias de verão no exterior acontece agora, o que poderia dispersar potenciais investidores e em dezembro e janeiro seria mais difícil. O mercado financeiro já vinha apostando que a privatização da elétrica ficaria para 2020 devido a agendas mais importantes do governo, como a Reforma Tributária. A emissão de capital pode ser feita em 90 a 120 dias, mas deve ser arquitetada de modo ideal. A privatização ainda depende da aprovação de projeto de lei no parlamento brasileiro.
Ferreira Júnior explicou que no processo, a Eletrobras vai fazer um aumento de capital, mas a União não vai acompanhá-lo. O presidente da empresa explicou na coletiva que a participação da Eletrobras na geração e na transmissão vem diminuindo nos últimos anos, devido a sua incapacidade de investimentos e que nos últimos anos ela abraçou um pacote de obras que não conseguiu suportar. Como consequência para sua reorganização, ela ficou de fora dos últimos certames e agora tem um tamanho menor de mercado. “Para que ela venha a ser mais eficiente e competitiva nos próximos anos ela também tem que ter uma capacidade financeira a demonstrar”, avisa.
Com os recursos da capitalização, a empresa poderá quitar dívidas ou descotizar contratos. Ele ressalta que o processo será semelhante, mas não igual ao que ocorreu com a BR Distribuidora, com o governo saindo do controle mas ficando com participação expressiva. Ferreira Junior salientou que das 50 maiores elétricas do mundo, 70% tem o controle pulverizado.
Fonte:Pedro Aurélio Teixeira, Canal Energia