O conjunto de entidades sindicais que representam os interesses dos trabalhadores do ONS – Intersindical ONS (STIU-DF, SENGE-RIO,SENGE-PE,SINERGIA-SC e SINTERGIA-RIO) o SENGE-SC e o SINTEC-SC, registram seu mais veemente repudio e indignação à ação perpetrada no dia 03 de setembro de 2019 que não afetou apenas os 18 técnicos demitidos do ONS, mas a todo o conjunto de trabalhadores dessa, que é a principal empresa de operação do país.
O dia 03 de setembro de 2019 ficará negativamente marcado na história do ONS pela demissão arbitraria de 18 (dezoito) de seus técnicos, demissão em massa ocasionada por uma série de falhas e atos inomináveis da direção do Operador, da ANEEL e também do Conselho de Administração do ONS.
Em 25 de junho de 2019 a ANEEL, de forma irresponsável, aprovou o orçamento trienal do ONS, ciclo 2019-2021 com um corte exclusivamente na rubrica de pessoal, de cerca de 85 milhões, corte esse que foi assumido em parte pelo Conselho de Administração do ONS, que definiu um novo valor de corte, de 34 milhões, e assim preparou o terreno para o processo de demissão que os trabalhadores foram vitimados. Ressalta-se que o Conselho de Administração havia aprovado o orçamento original do ONS, mas quando foi chamado a honrar uma pequena parcela, lavou suas mãos e não assumiu o que ele próprio havia aprovado.
Importante é ressaltar que o ONS lançou um Programa de desligamento voluntário (PTP) em 2017 o qual teve a adesão de 110 profissionais e, apesar disso, numa clara evidência de incompetência administrativa não ajustou seu quadro profissional, chegando nesse momento a realizar tal processo de demissão em massa.
Deve ser destacado o papel da direção do ONS que apesar de apregoar que seu corpo de funcionários é o principal valor da empresa (o que é evidente, pois o ONS não possui ativos físicos, toda a sua ação e reconhecimento do setor é em função dos excelentes serviços prestados por seus técnicos) praticou uma gestão temerária, pecou em gerir o plano de carreira, em não defender seu corpo técnico no corte de orçamento que atingiu apenas e tão somente a despesa com pessoal, fato que leva a um ataque brutal a seu corpo de funcionários. Tememos, inclusive, pela própria sustentabilidade da empresa, corroída em sua imagem junto aos trabalhadores, que passam momentos de extrema angustia e desalento.
Enfim o ONS não adotou as medidas necessárias para preservar o corpo técnico e agora, nesse momento trágico para a história de uma empresa de ponta, efetua um processo de demissão em massa de 18 trabalhadores.
O ONS, pela importância estratégica que possui junto ao Setor Elétrico Nacional, não poderia agir dessa forma, demitindo quadros profissionais experientes e criando um clima extremamente negativo para todo o seu corpo técnico. A ação adotada pelo ONS não é prudente e beira a negligência que poderá acarretar severas consequências.
Qual será o futuro de uma empresa única e de tamanha importância como o ONS? Quais os riscos o país está correndo com a deterioração do quadro profissional do ONS? Quem responderá pela provável perda da qualidade e eficiência da Operação do Sistema Interligado Nacional? Essas são perguntas que a direção do ONS, a ANEEL e o Conselho de Administração precisam responder, não só aos funcionários do Operador, mas a toda sociedade brasileira.
As entidades sindicais que representam os trabalhadores do ONS irão envidar todos os esforços para que a Empresa reveja esse processo de demissão em massa, fará ações junto a ANEEL, MME e o conselho de administração do ONS para demostrar o risco que o País corre ao precarizar às condições de trabalho, criando um clima de intranquilidade e insegurança, ao reduzir o seu quadro de funcionários e por fim atuará de forma incisiva e permanente para evitar que o corpo técnico do ONS continue a sofrer esse processo de ataque, enfraquecimento e desmantelamento do mesmo, decorrente de uma gestão ineficiente e agravada pela interferência da ANEEL na sua política de pessoal, que caso não seja revertido, trará danos irreparáveis ao nosso País.
Assinam esta nota: STIU-DF, SENGE-PE, SENGE-RIO, SENGE-SC, SINTEC-SC, SINTERGIA-RIO e SINERGIA-SC.