A demissão de 94 servidores e mais 79 que estão recebendo propostas de redução de salários para manter seus empregos, foi denunciado pelo presidente do Sindicato dos Urbanitários de Roraima (STIU/RR), Gisselio Cunha Costa, que acusa a empresa Roraima Energia de não ter buscado diálogo com o Sindicato para encontrar formas de demissão mais justas aos trabalhadores.
“Lamentamos as demissões em massa e pedimos aos trabalhadores demitidos e que estejam recebendo propostas de redução de salários, que nos procurem para tomarmos as medidas judiciais cabíveis”, disse.
Gisselio citou que quando a Roraima Energia assumiu o controle da empresa Boa Vista Energia, em dezembro de ano passado, eram 348 servidores efetivos que trabalhavam nos setores administrativos e operacionais da BV Energia que, segundo ele, deveriam ter sido absolvidos pela Roraima Energia.
“Está havendo uma demissão em massa pela Roraima Energia, que demitiu 94 servidores em janeiro deste ano, logo depois de assumir o controle da empresa, e ficou com 254 servidores. Destes, apenas 175 trabalhadores foram enquadrados no Plano de carreira e Salários da empresa e os outros 79 estão recebendo propostas de redução de salários, de até 50%, ou serão demitidos também. Isso é constrangedor para o servidor concursado”, disse.
Gisselio informou que é servidor concursado da empresa e, como presidente do Sindicato, requisitou da Roraima Energia a relação oficial se trabalhadores demitidos, para quantos foram propostas redução salarial e de que forma está sendo feita essa proposta.
Empresa afirma que sindicato sabia das mudanças salariais
Em nota, a empresa Roraima Energia S.A (antiga Boa Vista Energia S.A) informou que passou pelo processo de privatização em dezembro de 2018 e iniciou o processo de transformação da empresa público x privado com a reestruturação de procedimentos para a melhoria da qualidade dos serviços e o reequilíbrio financeiro da empresa.
Para isso foi elaborado o novo plano de cargos e salários, tendo em vista que os salários anteriormente praticados, além de estarem fora do mercado nacional/regional do setor privado, estavam acima do limite regulatório fiscalizado pela ANEEL.
Informa ainda que o novo PCS da empresa foi apresentado para o sindicato da categoria em 19 de julho de 2019 e apresentadas suas premissas e fundamentos com base no que é praticado no mercado nacional de distribuição de energia do setor privado.
“Na ocasião, foi informado para o sindicato que a empresa tinha a previsão de manter a maioria dos colaboradores do quadro efetivo em seus postos de trabalho. Diferentemente dos cenários bem comuns nos processos de privatização que já ocorreram no Brasil, a Roraima Energia, que tem como um de seus valores a valorização das pessoas, tem conduzido esse processo de forma transparente e humana”.
Diz ainda que PCS atualmente está em fase de implantação e já garantiu a permanência nos postos de trabalho de 70% dos atuais colaboradores da empresa sem nenhuma perda salarial, 25% dos colaboradores tiveram a proposta de adequação salarial, ou seja, 95% dos colaboradores tiveram a oportunidade de manter-se nos seus postos de trabalho, e apenas 5% foram desligados até o momento.
“Considerando o cenário atual da empresa, o desligamento de apenas 5% do quadro efetivo não caracteriza demissão em massa. A empresa informa ainda que as ações realizadas no tocante à política de remuneração de pessoal têm como objetivo adequar os custos operacionais aos limites regulatórios e com isso garantir a melhoria dos serviços prestados. (R.R)
Fonte: Folha de Boa Vista