Parlamentares de diferentes partidos afirmaram concordar com a decisão do governo de excluir a Eletropar, subsidiária da Eletrobras com participações em empresas, do Programa Nacional de Desestatização (PND). Um decreto nesse sentido foi editado na semana passada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.
A ideia de privatizar a Eletropar ganhou força durante o governo Michel Temer, mas sempre foi uma questão polêmica.
Vice-líder da oposição, o deputado Aliel Machado (PSB-PR) disse que a privatização não traria eficiência e lucro ao Brasil. “Espero que essa decisão do Executivo não esteja acontecendo apenas por causa da pandemia de Covid-19. A Eletrobras é de todos os brasileiros e deve cumprir um papel estratégico na economia”
Machado acrescentou que poucos países dispõem de tantas fontes hidráulicas para a energia como o Brasil e argumentou que as experiências anteriores de privatização no setor elétrico deram errado.
Discussão futura
A divergência em relação à privatização da Eletrobras e suas subsidiárias deve ficar para um segundo momento, na visão do deputado Claudio Cajado (PP-BA), vice-líder do governo no Congresso.
“Quando passarmos desse combate à pandemia, poderemos conversar com mais amplitude. A não privatização trará impactos no Orçamento, que previa essa receita, porém tudo deve ser feito a seu tempo”, comentou. “E o instante agora é de combate ao coronavírus.”
Eletropar
A Eletropar concentra participações da Eletrobras em empresas, como a transmissora de energia paulista Cteep; a geradora Emae – esta controlada pelo governo de São Paulo -; a EDP Energias do Brasil e a Light.
Segundo o governo, a retirada da Eletropar do Programa Nacional de Desestatização ocorreu para que a companhia tenha condições de contribuir com os negócios das empresas. A manutenção no programa a impedia de praticar diversos atos de gestão.
Reportagem – Luiz Cláudio Canuto
Edição – Marcelo Oliveira
Fonte: Agência Câmara de Notícias