Em plena pandemia e com os trabalhadores mais vulneráveis em sua saúde física, mental e financeira, terceirizados da Cemig que prestam serviços de alimentação (Copinhas) e de conservação e limpeza na região Metropolitana de Belo Horizonte estão sendo demitindos em massa.
Foi uma tristeza na manhã desta segunda-feira (27) para eletricitários que continuam atuando em prédios da Cemig, como no AR, ver companheiras das Copinhas pegando seus pertences e chorando, conforme relatos virtuais encaminhados ao Sindieletro.
O Sindicato confirmou as demissões e lamenta muitíssimo que as empreiteiras tenham agido dessa forma. Lamenta também que a Cemig tenha lavado as mãos para não garantir os empregos e rendas de todos os companheiros e companheiras que lhe prestam serviços em momento tão difícil.
Nestes tempos é de suma importância viabilizar para todos os trabalhadores e trabalhadoras que não atuam em atividades emergenciais, o isolamento social, sejam empregados do quadro próprio, sejam terceirizados. Mais que isso: que no recolhimento social eles tenham a garantia de renda para superar a pandemia, sem fome, sem miséria e sem saúde fragilizada.
Perguntamos: quem tem mais facilidade de manter a renda dos trabalhadores que, lamentável e friamente, foram demitidos, a terceirizada que os contrata ou a Cemig, que pode estar suspendendo ou até rescindindo os contratos de serviços? Além disso, são os terceirizados de serviços gerais que garantem os ambientes higienizados durante a pandemia, e vários prédios da Cemig que não foram fechados estão ficando sem nenhum ou com um número reduzido de trabalhadores da conservação e limpeza.
Resposta genérica
O gerente de Relações Sindicais e Interna (DPR/RT), Brunno Viana, respondeu ao Sindieletro sobre as demissões nas copinhas, mas não deu detalhes, sendo genérico. Segundo ele, há 30 dias as cantinas estão fechadas e ele não tem informações sobre as dispensas. Questionado se a Cemig rescindiu ou suspendeu contratos de serviços terceirizados não essenciais, o gerente disse também desconhecer essa informação.
Brunno Viana é o interlocutor da Cemig com os sindicatos e é ele o responsável por encaminhar propostas dos trabalhadores. Portanto, ele recebeu as propostas do Sindieletro para o recolhimento social dos trabalhadores e trabalhadoras, do quadro próprio e terceirizados. Cobramos o isolamento social de todos e todas que atuem em serviços não emergenciais, porém com seus salários e condições dignas de sobrevivência mantidos. Mas a Cemig preferiu ignorar toda a nossa reivindicação e ainda permite, agora, que empreiteiras promovam demissões, sem confirmar se os contratos continuam ou não continuam em vigor.