A Agência Nacional de Energia Elétrica colocou os contratos para a contratação da conta covid na pauta da reunião de diretoria da próxima terça-feira, 21 de julho. A autarquia recebeu ainda essa semana da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica as minutas de contrato que selarão o acordo de R$ 14,8 bilhões que serão pagos em cinco anos.
No início da semana o presidente do conselho de administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, Rui Altieri Silva, disse considerar este um prazo desafiador, o de liberar os recursos para as distribuidoras ainda em julho. Contudo, mostrou-se confiante com esse processo que estava na parte de finalização das minutas de contratos com os bancos.
De acordo com o cronograma apontado pelo executivo, os passos seguintes envolveram a análise desses acordos internamente, sugerindo – ou não – alterações e depois esses documentos foram enviados à Agência Nacional de Energia Elétrica que analisaria ainda a modelagem econômico financeira, o custo total da operação, se está tudo de acordo com a resolução da autarquia, o que deverá ocorrer na próxima reunião caso seja aprovado ou não haja pedido de vistas, como ocorreu antes da aprovação da conta covid.
“Depois dessa fase é a parte burocrática, com a assinatura dos contratos. São R$ 14,8 bilhões é um valor elevado. O cronograma é desafiador, e todos os cuidado devem ser tomados para garantir a segurança da operação”, comentou ele. “Estamos confiantes de que o cronograma se cumpra e possamos liberar os recursos nos últimos dias de julho, ainda é possível”, acrescentou ele.
O presidente do conselho da CCEE destacou a importância dessa operação ao lembrar que se não fosse essa iniciativa, por exemplo, a Enel Distribuição SP teria um aumento na casa de 12%, ou seja, três vezes a mais do que o autorizado pela Aneel. Mas alertou que é necessário que o setor esteja atento aos eventos que podem elevar a conta de energia. Ele voltou a afirmar que a entidade tem uma proposta para redução da parcela de custos com a geração e que esse momento com a finalização de contratos de térmicas mais caras representa uma janela de oportunidade.
Seguindo o que ele já havia revelado em entrevista à Agência CanalEnergia em março, a entidade conduziu um estudo no qual identificou uma oportunidade de minimizar o custo da produção de energia ao substituir térmicas mais caras.
O estudo feito a partir do PLD do primeiro bimestre apontou que o custo da energia no mercado spot ficaria 27% mais baixo se não tivéssemos essas térmicas. Seria uma conta de R$ 600 milhões a menos para ser dividida entre os consumidores. Ele apontou que mesmo com a acomodação do PLD nos meses seguintes, devido a melhoria de chuvas e redução da demanda seria obtida economia. O índice de redução seria de 11% sendo desnecessárias 138 usinas em dois meses, economia de R$ 500 milhões e R$ 3,5 bilhões ao longo do ano todo.
“Como temos uma conta a ser paga ao longo dos próximos cinco anos temos que investir em todas as maneiras para reduzir o custo de operação. Essa (substituição de térmicas) é uma possibilidade forte e vamos investir nisso”, comentou ele em podcast da CCEE. “O MME comprou a ideia, já tivemos reuniões para tratar do assunto e tem tudo para decolar”, acrescentou ele que reforçou a necessidade de cumprimento de contratos vigentes.
Fonte: Agência Canal Energia, Maurício Godoi