Desde que começou a chover forte no último domingo (01), os piauienses, sobretudo os que moram na capital, se depararam com um transtorno já recorrente: a falta de energia elétrica, problema esse que se intensificou desde o dia 17 de outubro de 2018, data em que a empresa Equatorial assumiu o lugar da antiga Eletrobras/Cepisa, ficando responsável pela distribuição de energia em todo o Piauí.
Relatos recebidos pelo GP1 dão conta da incompetência da concessionária em solucionar um problema que já perdura quase três dias. Em quase toda a Teresina surgem reclamações de falta e/ou oscilação de energia, fios elétricos caídos (um grande risco a população) e aparelhos queimados pela oscilação. No interior do estado não é diferente, o transtorno se espalhou Piauí afora.
Ora, se no mês de novembro, quando as chuvas ainda são escassas, o Piauí já se encontra nesta situação, imagina entre os meses de janeiro a maio, quando ocorre o período chuvoso mais intenso.
A falta de energia, por menor que seja sua duração, gera um grande embaraço, assim, imaginem agora como deve ser o estorvo de quem está há dias com o serviço comprometido. É isso que acontece neste exato momento em diversos pontos da capital e do interior. Há moradores que estão há mais de 48 horas no escuro. Na zona rural de Teresina, uma equipe de São Luís do Maranhão foi acionada, pois faltam profissionais na capital.
Isso tudo, por si só, já é motivo de grande indignação, no entanto, a Equatorial, não contente em desrespeitar seus consumidores com um péssimo serviço de abastecimento de energia que não sustenta sequer um vento, ainda fere gravemente o direito desses consumidores com a escassez de equipes para solucionar os problemas. Esse déficit já era de conhecimento público, e inclusive tinha sido noticiado pelo GP1, em reportagem datada do dia 02 de fevereiro, quando este portal colheu informações junto ao Sindicato dos Urbanitários do Piauí, que revelou que até aquele momento a empresa já tinha demitido cerca de 1.400 funcionários desde que assumiu a distribuição em todo o estado, e as demissões não pararam: depois da veiculação desta notícia, mais pessoas foram demitidas e não houve reposição no quadro de funcionários.
Assim, fica claro que a Equatorial Piauí coloca o lucro acima de tudo, quando oferece um serviço de péssima qualidade e sequer dispõe de mão de obra suficiente para resolver os problemas gerados pela própria incompetência.
Não fosse a população, que nesta terça-feira (03) foi às ruas em protesto contra esse descaso, teríamos apenas o silêncio em relação a essa gestão desastrosa da Equatorial Piauí. Não se vê qualquer manifestação por parte do procurador chefe do Ministério Público Federal no Piauí, Israel Gonçalves Santos Silva, da procuradora-geral de Justiça do Piauí, Carmelina Moura, representante máxima do Ministério Público do Piauí, nenhuma manifestação do presidente do Tribunal de Justiça do Piauí, Sebastião Ribeiro Martins, do presidente do Tribunal de Contas do Estado do Piauí, Abelardo Pio Vilanova, nem do governador Wellington Dias, do prefeito Firmino Filho, do presidente da Assembleia Legislativa do Piauí, Themístocles Filho, ou de qualquer deputado, tampouco do presidente da Câmara Municipal de Teresina, Jeová Alencar ou de qualquer vereador. Cada um desses, com suas atribuições específicas, poderiam intervir de alguma forma em prol do povo.
Fonte: Thaís Guimarães GP1