98% dos participantes reprovaram a proposta da concessionária. O Sinergia-MS vai enviar um ofício para a empresa informando que a categoria reprovou a proposta e solicitando uma nova reunião para dar continuidade às negociações.
Os eletricitários reprovaram a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da Energisa/MS durante assembleia virtual realizada pelo Sinergia-MS nesta segunda-feira (14). A votação ocorreu por meio do aplicativo Zoom e contou com a participação de trabalhadores da capital e do interior do Estado. A reprovação foi de 98% dos participantes.
Em plena pandemia do coronavírus, a Energisa teve lucro de R$ 245,1 milhões nos primeiros nove meses de 2020, 5,8% superior ao mesmo período do ano passado. Mesmo assim, ofereceu o reajuste mínimo aos trabalhadores, que é a reposição da inflação (INPC) de 4,77%, parcelado em duas vezes. Na proposta reprovada pela categoria, a empresa prevê o pagamento de 2,36% em dezembro de 2020 e 2,36% em junho de 2021, e sem pagamento retroativo a data base da categoria, que é 1º de novembro.
A proposta está aquém dos anseios dos eletricitários, que chamam a atenção para os resultados positivos da empresa no mote da Campanha Salarial 2020/2021: “Com esforço da categoria, Energisa lucrou na pandemia”.
“A reprovação da categoria é mais que justificada. A Energisa oferecer a reposição da inflação de 4,77% parcelada em duas vezes, sem efeitos retroativos, é absolutamente incoerente com os resultados financeiros registrados pela empresa em Mato Grosso do Sul”, destacou o presidente do Sinergia-MS, Elvio Vargas
“Isso daí é apenas reposição das perdas, não é aumento de salário. Aumento de salário é ganho real, e a empresa não quer discutir ganho real. Além disso, esse índice será aplicado no ticket e, apenas a inflação dos alimentos este ano, está em quase 40%”, ressaltou o diretor do sindicato, Breno Mourão.
Outro ponto em discussão do ACT é a regulamentação do pagamento das horas extras. O sindicato apresentou uma proposta de pagamento de 100% das horas extras de feriados e finais de semana e 80% dos demais dias da semana, para todos os setores. “Mas a empresa quer pagar apenas para o setor operacional 100% das horas extras de feriados e finais de semana e 33% dos demais dias da semana, e ainda mexer no banco de horas: ao invés de ser 2 por 1, ou seja, para cada hora que você faz compensa duas, ela quer que seja 1 por 1. Já os demais setores ficam sem garantia de recebimento das horas extras”, explicou Elvio Vargas.
As principais reivindicações dos eletricitários são ganho real, pagamento de 100% das horas extras, manutenção e ampliação dos direitos adquiridos, segurança alimentar (reajuste diferenciado nos tíquetes), e PCS justo, transparente e igualdade de oportunidades.
Teletrabalho
Também está na mesa de negociação a regulamentação do teletrabalho da Energisa/MS. Os principais pontos que estão em debate são: controle de jornada; adesão voluntária para o home oficce; ajuda de custo de R$ 80,00 para quem estiver em teletrabalho e R$ 50,00 para teletrabalho misto.
“Também estamos discutindo a estrutura, a empresa está oferecendo apenas o computador, mas achamos fundamental a cadeira, porque estamos pensando na saúde e segurança do trabalhador. É fato, não respeitar questões de ergonomia, pode levar a problemas de saúde. Mas ainda não fechamos esse acordo”, explanou o presidente do sindicato.
O Sinergia-MS vai enviar um ofício para a empresa informando que a categoria reprovou a proposta e solicitando uma nova reunião para dar continuidade às negociações.
A assembleia foi conduzida pelo presidente do Sinergia-MS, Elvio Vargas, com a presença dos diretores que fazem parte da mesa de negociação: Gilson Pereira, Breno Mourão, Aliceia Araujo, Francisco Ferreira da Silva, Valentim Delfino, Antônio Carlos Rodrigues Camuci e Roberto Schneidewind Junior.
Fonte: Ascom Sinergia-MS