O início de 2021 não esta sendo nada fácil para 300 trabalhadores e trabalhadoras da Eletrobras que começaram a receber mensagens de desligamento da empresa.
As demissões fazem parte do acordo firmado no Tribunal Superior do Trabalho (TST) entre a direção da Eletrobras e dirigentes sindicais que tentaram a todo custo evitar que essas centenas de demissões. A Eletrobras queria demitir pagando apenas os direitos garantidos pela Justiça do Trabalho, mas acabou cedendo em parte e vai pagar os mesmos direitos aos que aderiram ao Plano de Demissão Consensual (PDC) ,que prevê além de verbas rescisórias maiores, o uso do plano de saúde por mais tempo.
O acordo foi feito em 2019 quando a Eletrobras já estava atendendo aos planos de privatização do ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, e não queria fazer concessões trabalhistas, além de demitir mais 1.200 trabalhadores. A empresa então pediu que um acordo fosse firmado com a mediação do TST.
Essas demissões estavam previstas para ocorrerem em janeiro do ano passado, mas após um novo acordo na 21ª Vara do Tribunal Regional do Trabalho (TRT)10, que atende a região centro-oeste do país, elas foram adiadas para setembro.
Mas diante da pandemia do novo coronavirus (Covid-19), o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), após intensa luta conseguiu adiar mais uma vez as demissões até o fim do estado de calamidade pública, que ocorreu em 31 de dezembro, apesar do avanço da doença no país.
Com as demissões, o CNE corre contra o tempo para evitar que haja ainda mais injustiças para os trabalhadores que não aderiram ao PDC sejam desligados.
“Precisamos ficar atentos a essa lista de demissão, pois na Eletronorte, foram incluídos dirigentes sindicais, cipeiros e até trabalhadores com problemas de saúde. Até os trabalhadores que estiveram ajudando no restabelecimento do Sistema no Amapá a Eletronorte estão sendo demitidos,”, denuncia Nailor Gato, coordenador do CNE.
Segundo ele, caso essas demissões sejam concretizadas principalmente na Eletronorte, o sistema ficará muito “sensível”, pois a empresa esta demitindo a maioria dos trabalhadores que operam grandes Subestações de 530 kV, no Maranhão, no Pará e em Rondônia a Subestação Coletora Porto Velho que leva a produção da geração do Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira a Araraquara em São Paulo.
Fonte: Rosely Rocha, Site da CUT