Movimentos sociais e sindicais farão uma grande resistência contra privatizações

Para contrapor o Fórum Mundial da Água (FMA), trabalhadores e trabalhadoras de mais de 20 entidades populares e sindicais do Brasil e do mundo organizam o Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA2018), que acontecerá em Brasília, entre os dias 17 e 22 de março.

Com o tema “a água é um direito e não mercadoria”, os principais objetivos do FAMA são construir uma grande aliança de resistência e organizar uma agenda de lutas contra as privatizações e a mercantilização da água. Bem diferente do 8º Fórum Mundial da Água’, organizado pelo Conselho Mundial da Água, formado por corporações, com apoio do governo ilegítimo e golpista de Michel Temer (MDB-SP), que acontece paralelamente, também em Brasília.

“A gente tem chamado o ‘8º Fórum Mundial da Água’ de feira de negócios, porque reunirá empresários, corporações e governantes e funcionará como vitrine internacional para a venda de nossa água e outros bens naturais, como o petróleo e energia, visando apenas o lucro”, explicou o secretário Nacional de Meio Ambiente da CUT, Daniel Gaio.

“A participação da CUT e diversos movimentos sociais, que estão na organização do FAMA, é um processo de resistência contra as diversas formas de privatizações que este governo golpista tem imposto, como a privatização do setor elétrico, do sistema de saneamento e dos postos de fornecimento de energia da Petrobras”, completou Gaio, se referindo ao programa de privatizações e concessões do governo Temer, que envolvem 57 projetos, entre eles, principalmente, a venda de parte da Eletrobrás e da Petrobrás.

O FAMA pretende unificar a luta contra a tentativa das grandes corporações em transformar a água em uma mercadoria, privatizando as reservas e fontes naturais. Tentando transformar este direito em um recurso inalcançável para muitas populações, que, com isso, sofrerão exclusão social, pobreza e se verão envolvidas em conflitos e guerras de todo o tipo.

No FAMA2018 serão debatidos temas centrais de defesa pública e controle social das fontes de água, acesso democrático à água, a luta contra as privatizações dos mananciais, as barragens e em defesa dos povos atingidos, serviços públicos de água e saneamento e as políticas públicas necessárias para o controle social do uso da água e preservação ambiental, que garanta o ciclo natural da água em todo o planeta.

Para os organizadores do FAMA, as políticas públicas de água devem ser debatidas democraticamente com as populações e, em particular, com as comunidades afetadas.

Com esse objetivo, estão sendo criados comitês nacionais e internacionais  do FAMA – no Brasil já foram criados comitês em 15 estados. Trata-se de um instrumento estratégico para a luta em defesa da água como direito, e não mercadoria, pela soberania popular e em defesa dos direitos humanos, da natureza e do planeta. O processo de construção dos comitês tem se dado de forma democrática, horizontal e com a capacidade de unir vários movimentos do campo e da cidade, igrejas, universidades, movimento ambientalista, entre outros.

Para o secretário de Meio Ambiente da CUT, a participação organizada de trabalhadores e trabalhadoras no Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA) é um fator determinante para o sucesso da luta.

“A presença organizada dos trabalhadores e das trabalhadoras referencia e organiza a luta de resistência do nosso povo, por melhor saneamento público, por energia para todos e todas com preço justo, por melhores condições de vida e de trabalho. E é essa a luta que a CUT, seus sindicatos e ramos, farão forte e presente no FAMA e na agenda de lutas que nós vamos encapar logo em seguida desta grande atividade”, disse Daniel Gaio.

“A resistência ao golpe tem como elemento chave a construção do FAMA e o FAMA no Brasil é tido como um marco. Nunca conseguimos organizar um FAMA nesta magnitude, como estamos conseguindo agora. É a maior resistência dos povos”, finaliza Daniel. (fonte: CUT)

FAMA 2018 – Fórum Alternativo Mundial da Água

O FAMA 2018 – Fórum Alternativo Mundial da Água e irá debater questões relativas à água no Brasil e no mundo, principalmente no que se refere à privatização e mercantilização desse recurso.

O FAMA será realizado em Brasília, entre os dias 17 e 22 de março. Para participar e saber mais, acesse: www.fama2018.org / Facebook: @FAMA2018 .

A Federação Nacional dos Urbanitários – FNU -, que apoia e integra a coordenação nacional do FAMA 2018, subscreve o Manifesto do Fórum Alternativo Mundial da Água por entender que “água deve estar a serviço dos povos de forma soberana, com distribuição da riqueza e sob controle social legítimo, popular, democrático, comunitário, isento de conflitos de interesses econômicos, garantindo assim justiça e paz para a humanidade”.

Afinal, água é direito, não mercadoria.