A FNU/CNU – Federação e Confederação Nacionais dos Urbanitários – expressam sua preocupação com os impactos negativos ao meio ambiente e direitos humanos que podem causar o contrato de investimento da multinacional UPM no Uruguai.
“Nos juntamos, em solidariedade e denúncia, aos companheiros trabalhadores do saneamento, representados pela FFOSE – Federação dos Funcionários da OSE – e ao Movimento por um Uruguai Sustentável – Movus”, afirma Pedro Blois, presidente da FNU e Secretário de Promoção e Parcerias Públicas e Comunitárias da Confederação de Trabalhadores e Trabalhadoras de Água, Esgotamento Sanitário e Ambiente das Américas – Contaguas. Ele ressalta a importância de uma revisão urgente do contrato, endossada por órgãos da ONU, porque os impactos envolvem a qualidade e o acesso à água, biodiversidade, moradia e trabalho.
Denúncia à ONU
Dezenas de organizações reclamam à ONU – Organização das Nações Unidas – à verificação se as atividades da multinacional UPM (empresa finlandesa) no Uruguai estão a respeitar os direitos humanos, econômicos, culturais e sociais da população.
As entidades denunciam os impactos negativos do contrato de investimento assinado pela UPM para a instalação de uma nova fábrica de celulose no Uruguai e apelaram aos governos da Finlândia e do Uruguai para que cumpram as obrigações assumidos no âmbito do Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, orientado pelo órgão da ONU autorizado a avaliar, monitorar e orientar a implementação dessas obrigações
“Como a UPM é uma empresa transnacional na qual os interesses públicos e privados finlandeses cruciais estão envolvidos, os impactos sobre os direitos humanos do megainvestimento da UPM na produção de celulose no Uruguai são um exemplo de condições pelas quais a Finlândia é responsável por desenvolver uma estrutura para garantir que não negligencie suas obrigações “, afirma a denúncia.
O projeto UPM envolve bilhões de dólares, a maior parte do dinheiro dos contribuintes uruguaios para criar uma grande mudança na terra e água do Uruguai, denunciam as organizações ao Comitê das Nações Unidas sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (CDESC), responsável pela implementação do Pacto pelos Estados signatários.
O novo investimento da UPM no Uruguai afetará a qualidade e o acesso à água, condições do solo, biodiversidade e ecossistemas, trabalho, moradia e transporte de maneiras que ameacem violar os direitos humanos a um padrão de vida adequado.
As organizações propõem que uma revisão independente, endossada pelos respectivos órgãos da ONU, seja realizada para avaliar esses impactos. (com informações do Movimento por um Uruguai Sustentável – Movus)
A reclamação completa ao CDESC, com a lista de acessos, pode ser encontrada em: http://www.observatoriodelaguaenuruguay.com/report-to-un-cescr-on-upm-investment-in-uruguay