Os trabalhadores e as trabalhadoras da Corsan, Banrisul e Procergs se uniram nesta terça-feira (25) e fizeram um dia de mobilização ccontra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 289/2019, que acaba com o plebiscito para a privatização das três empresas públicas do Rio Grande do Sul. Apesar da manhã gelada em Porto Alegre, eles deram um abraço simbólico ao prédio do banco, onde fica também a sede da Corsan, e depois caminharam até a Assembleia Legislativa.
Diante da pressão do movimento sindical e sem votos suficientes para aprovar a PEC 280, os deputados aliados do governador Eduardo Leite (PSDB) retiraram o quórum no meio da sessão plenária e a ordem do dia foi suspensa, sem apreciar a proposta e sem analisar o recurso das bancadas de oposição (PT, PDT e PSol), que pedem a anulação da votação em primeiro turno por causa das flagrantes irregularidades no registro de dois votos.
A mobilização foi organizada pelo Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Fetrafi-RS, Sindiágua-RS e Sindppd-RS, com o apoio da CUT-RS.
Manter a mobilização
O vice-presidente da CUT-RS, Everton Gimenis, afirmou que é fundamental continuar o processo de mobilização, dialogando com a sociedade e pressionando os deputados e as deputadas, para que votem contra a PEC 289. “Não podemos permitir a entrega dessas empresas, pois são patrimônio dos gaúchos e das gaúchas”.
Segundo o presidente do Sindiágua-RS e funcionário da Corsan, Arilson Wünsch, “o dia de hoje foi especial para a categoria, que novamente demonstrou um grande poder de mobilização e luta. Parabéns a cada um e cada uma, que fizeram a diferença nos quatro cantos do Estado, e vamos continuar, pois a guerra está em andamento e não podemos vacilar”.
O presidente do SindBancários e funcionário do Banrisul, Luciano Fetzner, falou de uma pesquisa sobre o interesse dos gaúchos no plebiscito. Os números serão anunciados em breve, mas uma ampla maioria de gaúchos quer decidir sobre o futuro de suas empresas públicas. “Tivemos vitória de batalha hoje. Claramente, o governo não tem voto. Temos que manter a mobilização”, destacou.
A diretora da Fetrafi-RS e funcionária do Banrisul, Denise Falkenberg Corrêa, sintetizou a importância da resistência. “Temos muita luta pela frente. Precisamos enterrar essa PEC. Lutar contra essa PEC é literalmente salvar vidas. Estamos lutando pela vida”, avaliou Denise.
A funcionária do Banrisul e diretora da Fetrafi-RS e da CUT-RS, Ana Maria Betim Furquim, lembrou que as dificuldades da luta em função da pandemia desafiaram o movimento sindical. Uma das lições que ela disse ter aprendido e que vai falar com os colegas é prestar atenção em quem votar no ano que vem. O atual governador prometeu na campanha de 2018 que não venderia o Banrisul e a Corsan. Mentiu. “Não podemos mais eleger privatistas”, destacou Ana.
Houve também manifestações conjuntas no interior gaúcho, como em Montenegro, pressionando os deputados e as deputadas. Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários do Vale do Caí, Gerson Kunrath, “a gente está fazendo a mobilização em todo o Estado, nas unidades da Corsan, Banrisul e Procergs, contra a PEC 280 que retira o direito do povo decidir se quer privatizar ou não essas empresas”.