O Sindaema repudia a atitude de um diretor da Cesan que, às vésperas da última assembleia da categoria, no dia 27 de julho de 2021, encaminhou e postou uma mensagem em seu status de WhatsApp pedindo aos trabalhadores que exigissem do sindicato a inclusão do Plano de Incentivo à Demissão Voluntária (PIADV) na pauta da assembleia.
No entanto, essa assembleia foi marcada para apresentação e votação da proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2021-2022, que foi tirada em mediação na Superintendência Regional do Trabalho (SRT), na última sexta-feira, 23.
O acordo coletivo, tema central da citada assembleia, foi exaustivamente debatido na mesa de negociação e construído junto às comissões, tanto de trabalhadores como da própria empresa, com mediador da SRT, bem como teve acompanhamento do seu corpo jurídico. O PIADV não fazia parte da proposta final da mediação.
O diretor, que é empregado de carreira, que provavelmente não participou das assembleias de levantamento de pauta e tampouco das rodadas de negociações diretamente, não pode interferir e nem pressionar trabalhadores para que um assunto tão delicado como o PIADV seja colocado em pauta em uma assembleia em que a categoria terá conhecimento da proposta final do ACT.
O PIADV é um assunto complexo e abrangente e merece amplo debate e contornos mais adequados para atender aos anseios dos trabalhadores, sem cercear seus direitos.
Tal comportamento se mostrou inapropriado e, inclusive, pode ter violado o próprio código de conduta da companhia. Esse acabou sendo um dos primeiros assuntos em debate na assembleia, o que gerou um desgaste desnecessário.
O diretor é um dos quatro que têm o poder de decidir por voto, em reunião de diretoria, a implantação de um PIADV na empresa que atenda aos interesses dos trabalhadores, sem causar prejuízos futuros para toda a classe trabalhadora, como é o caso da questão da quitação geral.
O Sindaema quer, inclusive, contar com o apoio do mesmo na defesa da implantação de um PIADV coerente para os trabalhadores, considerando que o diretor também pode ser afetado futuramente por ser um trabalhador de carreira na empresa.
Como se não bastasse, logo após a assembleia o sindicato recebeu, com surpresa, de diversos trabalhadores, a informação sobre uma resolução da Cesan que indicava a transferência de vários analistas da Grande Vitória para outras localidades.
É a famosa “dança das cadeiras”, que ninguém entende a real necessidade de tais movimentações, mas levanta um alerta e desperta a curiosidade para buscar entender seus reais objetivos.
Essas transferências estão acontecendo sem o conhecimento de alguns gestores e dos próprios trabalhadores afetados, muitas vezes sem motivo, segundo o Sindaema apurou.
Já outros avaliam que há empreiteira incomodada com o trabalho sério de alguns desses trabalhadores que estão sendo movimentados.
A Cesan deveria estar preocupada em recepcionar as dificuldades desses trabalhadores, que às vezes estão sujeitos a todo tipo de pressão descabida de contratadas que não cumprem o mínimo exigido em contrato, e se acham no direito de fazer o que querem dentro da empresa.
O Sindaema já esteve presencialmente cobrando da diretoria o aprimoramento dos mecanismos de fiscalização de contratos e levando uma série de dificuldades operacionais relacionadas ao contrato da Tubomills.
O sindicato cobrou da empresa treinamento e empoderamento dos fiscais de contrato para que possam realizar seu trabalho com independência, transparência e responsabilidade com o erário público, sem se sujeitar a caprichos de empreiteiras, nem relevar fatos importantes nas medições contratuais para atender à pressão de superiores.
O Sindaema está de portas abertas para discutir um PIADV adequado, bem como debater outros temas, com o objetivo de garantir uma empresa pública forte, eficiente, séria, transparente e que atenda aos anseios da sociedade com resultados efetivos, e de seus trabalhadores, com um ambiente de trabalho saudável.
Fonte: Ascom Sindaema-ES