A sexta rodada virtual de negociação com a BRK Jaguaribe, realizada na terça-feira (05/10), foi marcada por muita tensão e discussões acaloradas, após a paralisação realizada pelo sindicato na semana passada. As divergências se mantiveram porque a empresa persistiu em sua posição de impor perdas salariais aos (às) trabalhadores (as), refletida na sua proposta de reajuste salarial parcelado em duas vezes, sem retroativo à data base na segunda parcela.
O sindicato deixou claro que a proposta da BRK Jaguaribe era muito ruim para a categoria, uma vez que o pagamento de parte do reajuste do INPC em janeiro, sem retroativo, geraria um enorme prejuízo efetivo para os (as) trabalhadores (as), pois perderiam essas diferenças salariais, correspondentes às perdas inflacionárias, de maio a dezembro de 2021. O sindicato deixou claro que não defenderia essa proposta e cobrou uma mudança de postura por parte da direção da BRK, que quer promover arrocho salarial para tapar erros de gestão em outras plantas da empresa, visando garantir o caviar dos acionistas canadenses enquanto os empregados ficam com o “chupa molho”.
Da mesma forma, o Sindae deixou claro que não se submeterá à lógica autoritária que a BRK quer implantar na Jaguaribe, com a desculpa de que a proposta é uma diretriz nacional. É importante lembrar que a planta do SDO do Jaguaribe já existia antes de ser adquirida pelo grupo canadense Brookfield, que assumiu um contrato antigo com uma altíssima taxa de lucro. Ademais, se o grupo BRK Ambiental quisesse realmente discutir uma diretriz nacional, o correto seria negociar com a Confederação Nacional dos Urbanitários – CNU, que representa a categoria do saneamento no Brasil inteiro, criando uma convenção coletiva nacional e não impondo de maneira autoritária aos sindicatos regionais e locais as suas decisões empresariais.
Ao final da reunião, depois de discussões altamente polêmicas, a comissão de negociação do Sindae fez uma proposta para tentar superar o impasse, na qual consta o reajuste do ticket alimentação para R$ 46,00 e um abono de R$ 1.500,00 a ser pago em janeiro no próprio ticket alimentação, considerando que é o item que mais tem impactado a renda do trabalhador e teria no abono uma forma de minorar as perdas do período. A BRK ficou de analisar a contraproposta do sindicato e responder em breve se aceita ou se apresenta outra alternativa.