Os trabalhadores de Furnas da base do Sinergia CUT decidiram decretar greve por tempo indeterminado a partir da zero hora da próxima segunda-feira (17). Por decisão da maioria, na assembleia virtual deliberativa realizada no último dia 12, os trabalhadores de Campinas, Pedregulho, Itaberá e Araraquara se unem aos companheiros de outras bases territoriais, abrangendo os da holding da estatal no Rio de Janeiro, da controlada Furnas e do Cepel (Sistema Eletrobras).
O motivo da greve se deve às alterações no plano de saúde e em benefícios assistenciais vinculados a ele, que estão sendo impostas pela empresa com prazo para adesão dos trabalhadores até o dia 19 deste mês. As mudanças afetam a forma de custeio e a cobertura do plano. A paralisação busca forçar o diálogo com a direção patronal na negociação deste assunto.
“A Direção de Furnas está alterando o plano de saúde com uma liminar, de um processo de dissídio que ela mesma protocolou no TST”, explicaram os dirigentes sindicais. “Os trabalhadores estão pedindo para que não se altere o plano de saúde antes da decisão final na Justiça, ainda mais no cenário de aumento dos casos de covid e de influenza. Tal mudança forçará muitos trabalhadores e seus dependentes a abandonarem o plano devido ao alto custo.”
A estatal unilateralmente quer aumentar a contribuição dos trabalhadores no plano de 10% para 40%, a partir de fevereiro. A intenção é diminuir sua participação no plano de saúde visando a privatização da Eletrobras, promovendo a redução de custos ao tirar direitos conquistados pelos trabalhadores para atrair mais interessados. A redução da participação patronal no plano de saúde está prevista no Acordo Coletivo de Trabalho e teria como base a resolução CGPar 23/2018, mas que foi derrubada no Senado Federal no ano passado.
O Sinergia Campinas, que faz parte do Projeto Sinergia CUT, enviou, nesta quinta (13), carta ao diretor-presidente Clóvis Torres, da Furnas Centrais Elétricas, para comunicar a decisão dos trabalhadores. E condicionou o fim da greve “à suspensão da implementação da alteração no Plano de Saúde dos Trabalhadores, ao menos, até que seja julgado o mérito (sentença normativa) do Dissídio Coletivo de Natureza Jurídica, instaurado no TST”. Também se colocou à disposição para discutir com a empresa a manutenção dos serviços essenciais à população, conforme artigo 11º da Lei nº 7.783/89. Ainda publicou carta aberta à população em jornal de grande circulação nacional. Confira a íntegra da carta abaixo. Mais informações podem ser obtidas também no Boletim Intersindicais Furnas.
Fonte: Sinergia SP CUT