No sábado, 19, o Sindicato dos Urbanitários do Pará foi notificado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT8) a se manifestar em ação judicial de abusividade da greve dos trabalhadores da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), que nesta segunda-feira, 21, completa 13 dias. A Companhia entrou com a ação, na noite da sexta-feira, junto ao TRT8, pedindo liminarmente que o Tribunal declarasse abusividade da greve e determinasse retorno ao trabalho de 70% dos empregados.
O desembargador federal do Trabalho Paulo Isan Coimbra da Silva Júnior negou os pedidos iniciais da empresa, optando por dar prazo de doze horas para que o Sindicato se manifestasse na ação. No devido prazo, a assessoria jurídica do Sindicato dos Urbanitários do Pará protocolou a manifestação da entidade sindical e aguarda decisão.
Nesta segunda-feira, 21, os trabalhadores, organizados pelo Sindicato dos Urbanitários do Pará, mantêm-se em greve e realizam, pela manhã, ato público em frente à Cosanpa, em São Brás.
Sindicato, Cosanpa e Casa Civil tiveram reunião de negociação na tarde da sexta-feira, 18. Na ocasião, os interlocutores do governo e o presidente da Cosanpa, José De Angelis, se comprometeram em buscar uma solução negociada para o acordo de pagamento do reajuste salarial de 7,6% e de 5% no tíquete-alimentação. “Mas no sábado fomos surpreendidos pela notificação judicial da ação de abusividade de greve”, conta o presidente do Sindicato dos Urbanitários, Pedro Blois.
Anteriormente, nos dias 9 e 14 de março, as partes se reuniram em negociação da pauta de reivindicações da categoria. “São dois itens, reajuste salarial e no tíquete-alimentação, que deveriam ter sidos implementados em novembro de 2021”, lembra Blois. A entidade sindical tentou negociar administrativamente o cumprimento do acordo, mas a empresa ignorou os contatos do Sindicato. “Não restou alternativa, senão, a greve iniciada em 9 de março”, explica Pedro.
“Repudiamos totalmente a atitude do presidente da Companhia, José De Angelis, que mais uma vez foi desleal, agiu como um moleque, sem compromisso em honrar a palavra. No início da tarde, se compromete em buscar solução negociada junto ao governo do Estado, à noite, vai à Justiça contar mentiras sobre o movimento grevista. Depois de entrar com a ação, vira as costas e vai para São Paulo cuidar dos interesses dele”, critica o sindicalista. “Vamos seguir firmes na greve, em favor da categoria e por uma empresa que tenha compromisso com os interesses dos consumidores”.
Fonte: Eliete Ramos, Ascom STIUPA