Greve continua. Nova reunião mediada pelo MPT dia 1º de agosto
Na quinta-feira, 21/7, a procuradora regional do Trabalho, Gisele Santos Fernandes Góes, do Ministério Público do Trabalho (MPT), mediou audiência entre Sindicato dos Urbanitários do Pará e Cosanpa. O Sindicato participou com dirigentes sindicais e assessoria jurídica. A empresa estava representada pelo seu presidente, uma diretora e o jurídico da Cosanpa.
Inicialmente, foi esclarecida a situação que se trata de data-base 2022, que transcorre em 1º de maio e que a situação central é reposição salarial e demais cláusulas econômicas, cuja referência é o INPC/IBGE no valor de 12,47%, período de maio/2021 a abril/2022.
Mesmo parecendo absurdo, os interlocutores da empresa assumiram publicamente que não têm autonomia para negociar/decidir o conflito e que a negociação entre Casa Civil do governo do Estado e Sindicato poderia ser retomada, caso a greve fosse suspensa. O Sindicato não concordou. A procuradora ponderou que para sair da greve, os trabalhadores/as teriam que ter algum ganho e que se a proposta continuasse a ser zero, o conflito seria levado à instância maior e que o TRT8 (Tribunal Regional do Trabalho), nos casos recentes de dissídio, tem concedido reposição salarial com base no INPC.
Diante da ponderação da procuradora, os representantes da empresa propuseram consultar a Casa Civil e PGE (Procuradoria Geral do Estado) para então apresentarem proposta. Gisele Góes chegou a ventilar a possibilidade de convocar essas instâncias, mas a direção da Cosanpa disse que faria a consulta e que poderia levar a resposta em uma próxima reunião, que ficou agendada para 1/8.
NÃO DESCONTOS DE
DIAS PARADOS
Face à fixação da data de 1/8, o Sindicato expôs denúncia de que a empresa procederia no dia 27/7, na folha de julho, descontos dos dias de greve nos salários, vale-transporte e tíquete-alimentação. A procuradora pediu que a empresa se manifestasse diante da denúncia. A comissão da Cosanpa confirmou os descontos.
A procuradora do Trabalho, supresa com a arbitrária decisão, informou que, se a empresa mantivesse a decisão de descontar os dias parados, com negociação em andamento, a reunião marcada para 1/8 não iria mais acontecer e o MPT entraria com uma Medida Cautelar abstendo a Cosanpa de descontar os dias de greve e levaria o conflito para decisão em ação no TRT8.
A comissão da empresa, então, disse que ainda na quinta-feira informaria à procuradora sobre o não desconto. Mas até o fechamento desta edição, agora pela manhã da sexta-feira, 22, não havia nenhuma resposta.
A GREVE CONTINUA
A greve segue firme e forte. Nesta sexta-feira, 22, todos e todas devem manter a mobilização nos portões da empresa, em Belém, em São Brás, e demais regionais. Quem está na greve, continue. Quem está em dúvida, venha para luta, a hora é agora. O que está em jogo é o seu direito e o bem estar da sua família.
É sempre bom relembrar que tudo que temos em termos de direitos e benefícios foram conquistados com luta, paralisação e greve. Cada cláusula do acordo coletivo foi conseguida a duras penas ao longo de mais de 30 anos de lutas. Nossas reivindicações são justas, urgentes e necessárias.
Fonte: Ascom Stiupa