Em nova rodada de negociação, realizada em duas reuniões seguidas nesta quinta-feira (21/07) e sexta-feira (22/07), Sindae e Embasa voltaram a debater as cláusulas de impacto econômico para o Acordo Coletivo de Trabalho – ACT do biênio 2022/2023. Nesses dois dias foram analisadas, ponto a ponto, as mudanças de redação das cláusulas da pauta de reinvindicações da categoria, enquanto os valores das principais cláusulas econômicas, como o reajuste salarial e vale alimentação, ficaram para serem discutidas na próxima semana.
Devido ao recente contingenciamento, a Embasa pediu alguns dias para finalmente oficializar uma nova proposta para os valores das cláusulas econômicas, a qual deverá também ter um alinhamento junto ao governo de estado. Apesar desses imprevistos, a Embasa trouxe uma boa notícia, que é a contratação da empresa Leme Consultoria para fazer uma pesquisa salarial abrangendo as principais companhias do setor, devendo apresentar os resultados desse estudo ao Sindae até o final do ano. Outra notícia importante é a inclusão no ACT da possibilidade de parcelamento das férias conforme interesse do (da) empregado (a).
Após intenso debate na mesa, a reunião foi marcada por vários outros avanços nas redações das cláusulas, com a antecipação do pagamento do Auxílio Material Escolar para o mês de fevereiro, o acolhimento das situações de guarda compartilhada no Auxílio Creche, a possibilidade de parcelamento da devolução da Adiantamento de Benefício Previdenciário, a garantia de que não haverá desconto do vale alimentação nos valores das diárias e a possibilidade de criação de um banco de dados para manifestação dos empregados que desejam transferências de local de trabalho.
Outros avanços nas cláusulas foram debatidos, mas vão depender da elaboração de novas redações e de avaliação interna da empresa, que deve apresentar propostas de alterações na próxima reunião. Entre as propostas de redação pendentes estão alguns parágrafos das cláusulas das horas extras, gratificação de férias, auxílio por filho com deficiência e diárias.
O sindicato fez uma contraproposta em relação à cláusula do Anuênio de aumento do limite para 45 anos, em especial por conta da reforma da previdência estabelecido a idade mínima de 65 para aposentadoria e aumentado o tempo de contribuição. Por conta disso, a tendência é que, no futuro, os trabalhadores permaneçam mais tempo na empresa, ocasionando a necessidade de ampliação do limite de tempo para aplicação do Anuência. O sindicato manteve posição em relação às propostas de modificações na cláusula do Fornecimento de Transporte e conseguiu o compromisso da empresa de avaliar a questão da desinfecção dos uniformes e do fornecimento dos EPIs para os motociclistas.
Apesar dos vários avanços nessa rodada, o Sindae esperava que nesta semana o processo negocial se afunilasse e a Embasa pudesse apresentar um conjunto de propostas mais condizentes com a realidade dos trabalhadores (as), que têm sofrido, a cada dia, com aumentos absurdos do custo de vida. Refletindo o sentimento da categoria, o Coordenador Geral do Sindae, Grigorio Rocha, afirmou à comissão de negociação da Embasa que a paciência dos (das) trabalhadores (as) já se esgotou e que passou da hora de a empresa apresentar propostas econômicas à altura das necessidades dos (das) seus (suas) empregados (as).
Nas últimas assembleias realizadas na capital e interior do estado, de forma veemente, os (as) trabalhadores (as) da Embasa rejeitaram as proposições apresentadas pela empresa em um forte recado à necessidade de evolução da negociação, principalmente nos valores dos reajustes salariais e do vale alimentação. A empresa havia apresentado à apreciação da categoria uma proposta de aumento no salário base de 8% mais a incorporação de R$ 200, com extensão dos oito por cento para o vale alimentação, auxílio creche, educação e congelamento das demais cláusulas do ACT.
Na reunião passada o Sindae havia proposto à empresa um reajuste salarial de 12,47%, acrescido de R$ 300,00 incorporados ao salário base; a ampliação do limite do Anuênio para 50% e uma Gratificação de Férias de 80% da remuneração; vale alimentação de R$ 1.200,00, acrescido do pagamento de Cesta Básica de R$ 500,00, e de um Ticket Refeição de R$ 50,00 em caso de viagens a serviço da empresa. Em relação aos auxílios Creche e Educação (ampliando este para 24 anos, 11 meses e 29 dias) foi pedido o valor de R$ 980,00, R$ 7.600,00 para o Auxílio Funeral, R$ 300,00 para Auxílio Material Escolar (adiantando o pagamento para o mês de fevereiro) e R$ 1.900,00 para o Auxílio por Filho com Deficiência. Para o Bônus Junino e Natalino o sindicato propôs R$ 200,00 cada. (Veja a proposta completa aqui).
Uma nova reunião de negociação ficou marcada para a próxima quinta-feira ( 28/07), às 14:30h.
Fonte: Ascom Sindae -BA