Na reunião de negociação realizada entre o Sindae e a Embasa na tarde da quinta-feira (25/08), desta vez de forma presencial, a empresa deu mais um passo no processo negocial e avançou na proposta de valores dos reajustes nas cláusulas econômicas.
A proposta apresentada hoje é fruto da grande mobilização da categoria organizada pelo Sindae, inclusive da paralisação de 24 horas realizada na semana passada e das reuniões de mobilização nos diversos parques, além de toda a articulação feita junto aos parceiros políticos da categoria.
Desta vez a empresa apresentou uma proposta de reajuste salarial de 10%, acrescido da incorporação do valor fixo de R$ 200,00 nos salários base, e aplicação do INPC (12,47%) no Vale Alimentação.
A empresa também apresentou novas propostas com valores diferenciados para os demais benefícios, sendo R$ 375,00 para o Auxílio Educação, R$ 900,00 para o Auxílio Creche, R$ 1.800,00 para o Auxílio por Filho com Deficiência, R$ 235,00 para o Auxílio Material Escolar, R$ 7.410,00 para o Auxílio Funeral e R$ 157,00 para o Bônus Junino e Natalino.
Apesar dos avanços, a empresa não definiu uma data para aplicação dos reajustes propostos, mas condicionou a aplicação destes novos valores à imediata entrada, no caixa da empresa, dos recursos completos referentes aos depósitos em juízo no âmbito da ação de imunidade tributária e à segurança operacional do caixa da Embasa. Em relação ao pagamento do retroativo acumulado à data base de maio de 2022, a empresa se propõe a pagar em duas parcelas seguidas, com o primeiro pagamento no mês subsequente à implementação em folha dos reajustes.
Além das questões econômicas, o sindicato voltou a cobrar respostas da empresa para as pendências de redação, entre elas a da vigência de dois anos para o novo acordo coletivo. A empresa alegou não ter ainda uma posição consolidada sobre os temas pendentes, que são se extrema relevância para a categoria e o sindicato não abrirá mão de aprofundar discussão.
Uma das questões que voltou a ser debatida na mesa foi a cláusula do Auxílio por Filho com Deficiência, pois a empresa tem cortado o benefício de forma unilateral quando as crianças com deficiência completam 16 anos, uma supressão que não está escrita em lugar nenhum e não foi objeto de negociação. A alegação da empresa seria a exigência de laudo de incapacidade laboral, mas que os médicos tem se recusado a fornecer, prejudicando diversas famílias que passam por situações difíceis e tem enormes despesas com os cuidados especiais necessários para os filhos nessa condição. Como a empresa resiste a retirar essa exigência da cláusula, o sindicato propôs que ela fosse reformulara e só passasse a valer quando a pessoa com deficiência completasse 21 anos. Depois de muito debate, a empresa ficou de reavaliar o tema internamente e responder na próxima reunião.
Também foram debatidos pelo sindicato os problemas diversos relativos ao fornecimento de transporte dos trabalhadores. O sindicato questionou a proposta de diminuição das vans que fazem o transporte da RMS, o que iria alongar enormemente o tempo de viagem dos trabalhadores. Por outro lado, o sindicato questionou a mudança que a empresa pretende implementar na unidade regional de Senhor do Bonfim, retirando os carros próprios que hoje fazem os roteiros e passando a comprar passagens em ônibus de carreira. Tal mudança não faz nenhum sentido, pois além de aumentar o custo para a Embasa, iria criar uma imensa confusão operacional para a empresa e para os (as) empregados (as), uma vez que os horários das linhas de ônibus não atendem aos horários de início e término da jornada. Ou seja, em Senhor do Bonfim, ao contrário do que manda o bom senso, a empresa iria desfazer o que está dando certo e criar um grande problema pra todo mundo. Também foi lembrado o pleito dos operadores da estação de tratamento de Amélia Rodrigues, que não são contemplados pelo transporte fornecido pela Unidade Regional de Feira de Santana para outras localidades.
A diretoria executiva do Sindae irá se reunir nesta sexta-feira (26/08) para analisar a proposta apresentada pela empresa e convocará as assembleias para a próxima semana, para que a categoria possa debater e decidir os rumos da campanha salarial.
Fonte: Ascom Sindae-BA