Primeira mobilização é garantir uma grande festa da posse. Depois, a luta é para reconstruir o país a partir de uma proposta de desenvolvimento sustentável com inclusão social e distribuição de renda
A Direção Executiva Nacional da CUT se reuniu em São Paulo nesta quarta-feiea (9) para analisar o resultado do processo eleitoral e discutir estratégias futuras para garantir “o aprofundamento da democracia e a reconstrução do país a partir de uma proposta de desenvolvimento sustentável com inclusão social e distribuição de renda”.
No texto, os dirigentes exaltam o papel da militância CUTista para a vitória do ex-presidente Lula (PT) nas urnas no dia 30 de outubro e indicam a próxima tarefa que é se mobilizar para fazer uma grande festa na posse, no dia 1º de janeiro de 2023.
A resolução cobra punição dos extremistas que estão fazendo atos antidemocráticos perto dos quartéis e a todos os crimes praticados por este governo e o fim do sigilo de 100 anos que Bolsonaro impôs a pelo menos 65 casos, incluindo as visitas que a primeira-dama Michelle Bolsonaro recebeu e aos gastos com o cartão corporativo, que explodiram no periodo eleitoral e não se sabe no que o dinheiro público foi gasto.
Confira a íntegra da resolução da Direção Nacional da CUT
Lula é presidente de novo com a força do povo! A vitória no 2º turno das eleições presidenciais, com mais de 60 milhões de votos, fez de Lula o presidente a receber o maior número de votos na história do Brasil. O resultado, proclamado pela justiça eleitoral, foi prontamente reconhecido por representantes do legislativo e do judiciário e observadores nacionais e internacionais atestando, mais uma vez, a segurança, transparência e eficiência dos sistema de votação eletrônica brasileiro.
As multidões que comemoraram nas ruas de todo o país na noite de 30 de outubro o resultado eleitoral que deu um terceiro mandato ao companheiro Lula dão a dimensão histórica de uma vitória popular com repercussão global. A ampla cobertura da imprensa internacional e a rápida manifestação de dezenas de líderes de outras nações demonstram a importância da eleição de Lula para a preservação da democracia e a expectativa de que o Brasil reocupe um lugar de destaque nas relações internacionais.
A vitória de Lula é a derrota de um grande esquema de corrupção, uso da máquina pública, desinformação e compra de votos. É a vitória sobre a produção e disseminação de mentiras e notícias falsas, sobre o assédio eleitoral de patrões contra trabalhadores em patamares dignos da república velha, sobre a manipulação da fé para fins políticos e eleitorais e sobre o aparelhamento do Estado, em especial de forças de segurança pública, ao arrepio da lei e das determinações judiciais.
A militância CUTutista desempenhou um papel fundamental para construção dessa vitória, organizando e participando ativamente de todas as atividades de mobilização e de diálogo com o povo para votar no candidato comprometido com a democracia e com os interesses da classe trabalhadora. Não podemos deixar de destacar o papel fundamental das mulheres, dos jovens, dos negros e negras e dos povos originários que se organizaram, mobilizaram e votaram majoritariamente em Lula.
Passada as comemorações é o momento de manter a nossa mobilização e fazermos da posse no dia 1º de janeiro uma grande manifestação popular, uma festa da democracia e o ponto de partida de uma jornada pela recuperação dos direitos, o aprofundamento da democracia, a reconstrução do país a partir de uma proposta de desenvolvimento sustentável com inclusão social e distribuição de renda.
Precisamos assegurar que aqueles que atentaram contra a democracia e o processo eleitoral sejam devidamente responsabilizados para que não se repitam os casos de assédio e desrespeito às leis eleitorais. As forças armadas, responsáveis pela execução da política de Defesa Nacional, deverão abdicar da interferência na vida política do país, assim como as forças auxiliares da segurança pública devem limitar-se suas competências e subordinação institucional, assim como nos posicionamos favoráveis a retomada da política de desarmamento.
A CUT tem a democracia e a independência entre seus princípios. Por isso exigimos a máxima transparência na administração do Estado, com o fim dos injustificáveis sigilos de 100 anos. Cobraremos a investigação e a punição dos responsáveis por todos os crimes cometidos à frente do executivo federal nesta gestão e denunciaremos o processo de destruição do Estado e das políticas públicas legado por este governo.
A CUT tem um papel fundamental a desempenhar no processo de reconstrução do Brasil, a partir da organização e mobilização dos trabalhadores e trabalhadores para garantir a manutenção de uma política robusta de renda básica, a retomada política de valorização do salário mínimo, a revisão da tabela do imposto de renda e o resgate dos muitos direitos que foram retirados desde 2016 e superação da fome que voltou a assombrar o país. Lutamos por liberdade e autonomia para organização da classe trabalhadora e por isso propomos uma necessária reorganização sindical para garantir o fortalecimento da sua organização. A Reforma Administrativa (PEC 32) e as privatizações em curso, assim como o teto de gastos (EC 95) e o orçamento secreto são propostas e mecanismo que precisam ser superados em favor de uma política de participação popular, fortalecimento da ação do Estado e inclusão social com o fortalecimento do SUS e da educação pública.
Os desafios que se apresentam no horizonte são imensos, frente ao desmonte que foi promovido, mas também temos a certeza da nossa capacidade para mobilizar, dialogar, convencer e lutar para que eles sejam superados. E é isso que a classe trabalhadora espera de todos os dirigentes de todas as instâncias da CUT e das nossas entidades filiadas. Já provamos que podemos fazer e vamos novamente mostrar que estamos à altura desses desafios.
São Paulo, 11 de novembro de 2022.
Direção Executiva Nacional da CUT
fonte: Portal CUT