Congressistas querem barrar entrega de uma estatal que tem ativos na casa das centenas de bilhões de dólares ao capital chinês por preço irrisório
Um grupo de parlamentares se reuniu nesta quinta-feira (22) em Brasília para articular uma resistência integrada à tentativa de privatização da Eletrobras. De acordo com eles, este é mais um lance do governo golpista de Michel Temer na busca da entrega do Brasil ao capital privado e internacional, como explica a deputada federal Erica Kokay (PT-DF), a quem coube presidir uma reunião de entidades ligadas ao Sistema Elétrico Brasileiro.
“O primeiro aspecto a ser levado em conta é que existem oito frentes parlamentares que dizem respeito à luta pela soberania energética, que são contra a privatização da Eletrobras. Nós buscamos unificar o conjunto delas, mas não eliminar a atuação específica de cada uma. Porque essas frentes defendem, por exemplo, a manutenção da soberania de centrais específicas, como Chesf ou Furnas. Eles devem continuar existindo, são interesses regionais muito diferentes”, afirmou a deputada.
A parlamentar atentou para o fato de que, da forma como está se desenhando e precificando a venda da Eletrobras, cada hidrelétrica pode chegar a ser vendido pelo preço irrisório de R$ 50 mil, e com a estatal brasileira assumindo uma dívida de R$ 20 bilhões antes de ser negociada. “Nós sabemos o impacto que uma coisa dessas pode ter, por exemplo, na região Norte. Se a distribuição da energia for colocada sob a égide do lucro, muitas pessoas na região amazônica ficarão sem luz, porque é naturalmente deficitária a distribuição energética no local. Então, esta é uma questão específica de uma região”, explicou a Kokay.
Por outro lado, continua a parlamentar, há questões que dizem respeito a todas as frentes. “A entrega da Eletrobras, que tem ativos na casa das centenas de bilhões de dólares, a uma empresa de capital chinês por um valor que não chega a 20 bilhões, é um atentado ao interesse de todos os brasileiros e de todo o setor elétrico, distribuidoras, geradoras, de todos. Por isso, queremos buscar uma sinergia e um fortalecimento das diversas frentes que lutam contra esta privatização. Vamos atuar de forma coletiva contra esta negociata”, concluiu a deputada. (fonte: Agência PT de Notícias)