. Alteração na cor da água do rio, que seria a lama vermelha rejeitada na operação da fábrica (bauxita e soda cáustica) foi detectada pelos moradores no sábado (17/1).
. Laudo do Instituto Evandro Chagas divulgado nesta quinta-feira (22/1) confirma contaminação em diversas áreas de Barcarena provocada pelo vazamento das barragens de rejeitos de bauxita.
. De acordo com o laudo do IEC, a análise das amostras também revela um nível alto de chumbo, que, com o consumo contínuo, pode gerar câncer.
. Lama contaminada do vazamento da barragem de rejeitos ultrapassa a estrada e entra em região quilombola. O risco para a população é enorme e os povos atingidos não podem mais utilizar a água dos rios e igarapés.
O laudo do Instituto Evandro Chagas (IEC) divulgado nesta quinta-feira (22/2), em Belém, confirma contaminação em diversas áreas de Barcarena, nordeste do Pará, provocada pelo vazamento das barragens de rejeitos de bauxita da mineradora norueguesa Hydro Alunorte. Em nota, a empresa informou que “acaba de tomar conhecimento sobre o laudo e irá analisar o material para se pronunciar sobre o assunto”.
Moradores de Barcarena denunciaram a suspeita de vazamento no último sábado (17/2). Fotos feitas no município mostram uma alteração na cor da água do rio, que seria a lama vermelha rejeitada na operação da fábrica (bauxita e soda cáustica).
O anúncio da confirmação do vazamento foi feito pelo pesquisador em saúde pública do IEC, Marcelo de Oliveira Lima, contrariando a versão divulgada pela empresa, que negou a contaminação. “Foi constatado que houve vazamento das bacias de rejeitos da bauxita. Fotografamos os efluentes invadindo a área ambiental”, afirmou o pesquisador.
Ligação clandestina para eliminar resíduos
O vazamento afetou as áreas das comunidades de Bom Futuro, Vila Nova e Burajuba. “A empresa fez uma ligação clandestina para eliminar esses efluentes contaminados que estavam acumulados dentro da fábrica para fora da área industrial, contaminando o meio ambiente e chegando às comunidades”, destacou Marcelo Lima.
No material coletado no dia 17 na barragem, na tubulação com ligação clandestina e no igarapé localizado na vila Bom Futuro, os índices de sódio, nitrato e alumínio estavam acima do permitido, além do PH estar no nível 10. “Ou seja, o líquido estava extremamente abrasivo e nocivo aos seres vivos”, destaca o pesquisador.
Alto nível de chumbo
De acordo com o laudo do IEC, a análise das amostras também revela um nível alto de chumbo, que, com o consumo contínuo, pode gerar câncer.
“Essa contaminação é nociva às comunidades que utilizam os igarapés e rios em busca de alimento, com a pesca, e também o lazer. Além disso, há a contaminação do meio ambiente como os seres vivos e plantas”, alerta o pesquisador.
Segundo a perícia, a empresa não tem capacidade de tratar os seus efluentes, e o IEC recomenda que, neste momento de chuvas fortes, seja reduzida ou suspensa a produção, porque as bacias não irão suportar o grande acúmulo de material. “Se a empresa continuar com a elevada produção, novos vazamentos ocorrerão sem dúvida alguma, principalmente neste período de chuvas intensas”.
Em nota, o Governo do Pará informou, nesta quinta-feira (22), que está analisando o laudo do Instituto Evandro Chagas e definindo ações a serem realizadas. As ações serão informadas logo mais. Ainda segundo a nota, pelo Governo do Pará, participam a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Saúde Pública, de Desenvolvimento Econômico, Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará, além da Defesa Civil. (fonte: G1)
FAMA2018 – Fórum Alternativo Mundial da Água – irá debater a questão da água no Brasil e no mundo
O FAMA 2018 está sendo organizado em contraposição ao Fórum das Corporações – autodenominado 8º Fórum Mundial da Água – e será realizado, em Brasília, entre os dias 17 e 22 de março.
A Federação Nacional dos Urbanitários – FNU -, que apoia e integra a coordenação nacional do FAMA 2018, subscreve o Manifesto do Fórum Alternativo Mundial da Água por entender que “água deve estar a serviço dos povos de forma soberana, com distribuição da riqueza e sob controle social legítimo, popular, democrático, comunitário, isento de conflitos de interesses econômicos, garantindo assim justiça e paz para a humanidade”.
QUERO CONTRIBUIR COM O FAMA 2018! COMO EU FAÇO?
1- Nos ajude a divulgar nossa página (https://www.facebook.com/FAMA2018/) e nosso site (www.fama2018.org/) que tem informações muito importantes. Convide seus contatos para curtir, comentar e compartilhar o conteúdo de lá.
2- Faça uma doação para o FAMA através do site Vaquinha (http://bit.do/fama2018) e incentive pessoas próximas também a doarem, assim traremos mais povos para essa luta histórica!
3- Entre em nossos grupos no Facebook (https://www.facebook.com/groups/944644692305408/) e no Whatsapp (peça a entrada a quem lhe enviou essa mensagem) e convide lutadoras e lutadores que se interessem por essa luta!
4- Participe das reuniões do comitê do FAMA e das Assembleias Populares da Água em sua cidade e convide quem você puder. Caso sua cidade não tenha um comitê ainda, entre em contato conosco para mobilizarmos movimentos, organizações, coletivos, sindicatos e povos em luta para criar um!
5- Divulgue o FAMA nos espaços que tiver viabilidade. Mesmo a água sendo um elemento fundamental para nossa vida, não é fácil romper o certo midiático criado pelo Fórum das corporações, portanto, é fundamental que todo mundo divulgue ao máximo e mostre que há uma forte resistência à privatização e mercantilização da água e há um grande movimento de pessoas que pensam a água como direito dos povos e da natureza!
6- Organize sua agenda para vir a Brasília com seu comitê entre dos dias 17 a 22 de março, ou organize mobilizações em sua cidade para garantir que a água não seja tratada como mercadoria!
7- Busque locais em sua região que estão sendo impactados pela crise da água e do meio ambiente e registre o que está acontecendo em vídeo, texto ou fotos para construirmos futuramente um Dossiê de Violações do FAMA que reúna denúncias de todos os lugares do mundo.
8- Conhecimento é vida! Leia os textos, assista aos vídeos e compartilhe os materiais produzidos pelas pessoas e organizações que estão engajadas nessa luta! Assim teremos capacidade cada vez maior de transformar a realidade e acabar com a exploração, a opressão e encontrar uma forma harmoniosa de convivência entre humanidade e natureza. (fonte: Comunicação FAMA2018)