O SINDÁGUA reuniu-se no último dia 21 de fevereiro com o secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas de Minas Gerais, Murilo de Campos Valadares, para tratar de grandes preocupações da entidade em relação à Copasa e aos ataques que o setor de saneamento vem sofrendo em todo o Estado.
O presidente do SINDÁGUA, José Maria dos Santos, acompanhado da diretora Jeane Kátia, descreveram ao secretário uma situação de precariedade na Copasa que não vem sendo corrigida de uma política de sucateamento da empresa desde os últimos governos. José Maria afirmou prejuízos sérios vividos na imagem da empresa em função da terceirização de serviços, que geram retrabalho e constantes reclamações dos consumidores, além de prejudicar as relações de trabalho e as atividades dos funcionários da própria Copasa. Elencou também os mesmos problemas enfrentados pela Copanor, subsidiária da Copasa que atende justamente o norte de Minas, área mais pobre do Estado que precisa de investimentos para o processo de universalização do saneamento e o combate a doenças sanitárias. Pontuou que os salários dos trabalhadores na Copanor são próximos do salário mínimo legal e seus benefícios para alimentação são muito limitados, como ainda a falta de um plano de saúde completo e condições de trabalho precárias. José Maria lembrou que, apesar da data-base na Copanor ser em 1º de novembro, as negociações estão praticamente paralisadas.
O presidente do SINDÁGUA cobrou a ação do Estado para um processo de revitalização da Copasa, através do preenchimento de mais de 1.500 vagas abertas na empresa pelo plano de desligamento e aposentadorias, para reverter uma situação de carência de mão de obras em todo o Estado.
Hoje a Copasa deve divulgar o seu balanço financeiro de 2017 e mantemos a expectativa de números muito favoráveis, depois de termos um lucro que evoluiu, registrando R$ 149 milhões no primeiro trimestre, R$ 110,8 milhões no segundo e R$ 149, 7 milhões no terceiro, totalizando R$ 409,6 milhões em nove meses. Aproveitamento o bom momento, depois de um período de sacrifício da empresa e dos trabalhadores durante o período de crise hídrica, a categoria aguarda com ansiedade a recuperação de uma melhor condição estrutural de salários, sobretudo na reorganização funcional através do novo Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS), que precisa ser garantida a liberação de verbas para consolidar e cumprir as promoções, avaliações e crescimento suspensos desde 2015/2016.
Foi solicitada ainda uma discussão mais aberta da organização e estruturação da Associação dos Empregados da Copasa (AECO), com o compromisso de sua democratização.
Por último, relatamos uma série de agressões de deputados e vereadores à Copasa, amparados por orientação de empresas privadas que objetivam tomar os serviços de saneamento nos municípios mineiros. Nos colocamos frontalmente contra qualquer processo de privatização do saneamento no Estado e cobramos do Governo de Minas uma ação que valorize os serviços públicos desta atividade essencial para a saúde e a vida da população.