Demanda permanente dos trabalhadores do sistema elétrico nacional, a reestatização da Eletrobras foi motivo de reunião entre representantes do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) e o advogado-geral da União, Jorge Messias, nesta quinta-feira (19/1). A Eletrobras abriu o capital em junho do ano passado.
Ao AGU, os eletricitários apresentaram um “repertório de irregularidades do processo de privatização da Eletrobras”. Entre outros itens, discutiram aspectos que colocam a União como “acionista lesada” pelo processo de privatização. Além disso, apresentaram propostas alternativas para a reestatização da empresa.
Os trabalhadores apresentaram propostas alternativas a um caminho de volta para a reestatização. A venda da empresa foi criticada nesta quarta-feira (18/1), pelo presidente Lula, em entrevista à Globonews, quando falou considerar absurdo o uso dos recursos da venda da empresa, por R$ 35 bilhões, para o pagamento de dívidas da União.
“O ministro Jorge Messias foi muito sensível aos argumentos dos eletricitários, disse que o assunto Eletrobras já vem sendo tratado na AGU e se comprometeu a analisar toda a documentação para, em breve, voltar a se reunir com os eletricitários”, esclarece a nota do CNE.
Na última semana, uma comissão de dirigentes de entidades urbanitárias, entre as quais a FNU e a CNU, foi recebida pelo ministro da Secretaria Geral, Márcio Macedo.
A reestatização já vem sendo discutida desde o período da campanha do presidente Lula, foi o principal tema no Grupo de Trabalho (GT) de Minas e Energia na transição e, até por conta da fraude na Americanas, controlada pelo mesmo grupo que hoje controla, efetivamente, a Eletrobras, a reestatização é inevitável, afirmam os eletricitários.