A tradicional caminhada do Fórum Social Mundial ocorreu no final desta quarta-feira, 25, no centro da capital gaúcha. Os urbanitários estiveram presentes com sua pauta em defesa do saneamento público – #RevisaMarcoSaneamentoJá
O cortejo do Fórum Social Mundial realizado nesta quarta-feira, 25, no centro histórico de Porto Alegre (RS), relniu indígenas, quilombolas, ambientalistas, sindicalistas, agricultores familiares, parlamentares, artistas, trabalhadoras e trabalhadores de diferentes segmentos.
Na pauta da caminhada, referência à segurança alimentar, ao trabalho digno, o direito à moradia, a preservação ambiental, a defesa dos povos indígenas, a igualdade racial e de gênero, a justiça fiscal, a liberdade religiosa, o fortalecimento de políticas culturais, investimentos em saúde e na educação pública.
A concentração iniciou às 17 horas no Largo Glênio Peres e a caminhada iniciou às 18h30 em decorrência do forte calor que superou os 30 graus.
Seguiu pela Avenida Borges de Medeiros, passando pela rua Jerônimo Coelho até a praça da Matriz, sempre embalada por grupos de percussão como o Ziriguidum e Maracatu Truvão.
Cultura, água pública e protagonismo social
Uma grande faixa em defesa do Saneamento Público foi carregada em todo o percurso e colocada simbolicamente por servidores da Corsan em frente ao Palácio Piratini e à Assembleia Legislativa sinalizando a contrariedade com o processo de privatização da estatal que atende a 317 municípios e cerca de seis milhões de gaúchos.
A mudança do marco regulatório do saneamento é uma das pautas que marcam esta edição do FSM denunciando a ofensiva sobre as empresas públicas de água e esgoto em todo o país.
Apresentações culturais continuaram em um palco montado em frente à Assembleia Legislativa, sede principal dos debates desta edição do encontro.
Articulação social
“O Fórum nasceu para ser um espaço de articulação e fortalecimento da sociedade civil e fomentar novas parcerias e gerar novos movimentos. Hoje vemos a vitória do Lula e derrota do Bolsonaro é resultado justamente da organização da sociedade civil”, destacou testemunhou o empresário Oded Gragew, um dos fundadores do FSM em 2001.
“Conseguimos nos livrar do golpe e do fascismo por causa da sociedade civil. É vitória de cada um de nós que está aqui. A sociedade forte é fundamental para a democracia”, concluiu Gragew.
Entre os participantes estavam o ex-prefeito, ex-governador e ex-ministro Olívio Dutra que foi saudado durante todo o trajeto por inúmeras pessoas.
“O FSM é muito importante para dinamizar, espraiar e instigar o povo a se assumir como sujeito e não objeto da política e fazer da política a construção do bem comum com o protagonismo das pessoas”, avaliou Dutra, que era o governador do RS quando ocorreu a primeira edição do evento.
Integraram a caminhada ainda a cacica Kaingang Iracema Gah Té Nascimento, representantes da etnia guarani, o sindicalista português da CGTP-IN, João Coelho, o secretário nacional de Economia Solidária, Gilberto de Carvalho, lideranças estudantis, dirigentes de todas as centrais sindicais, diferentes representações do movimento negro, ativistas pelos direitos LGBTQI+ entre outras representações nacionais e internacionais.
A programação do Fórum Social Mundial se estende até o próximo sábado, 28.
Texto: Stella Pastore (fonte: Sindiágua-RS)
Fotos: Igor Sperotto