Nesta terça-feira (14/2), centenas de trabalhadores urbanitários, parlamentares e representantes dos movimentos sindical e social ocuparam a frente da Bolsa de Valores, em São Paulo, para realizar um grande ato contra as privatizações dos setores de saneamento e energia elétrica.
As palavras de ordem foram resistência, união e luta para defender o patrimônio público. O ato “Água e Energia não são Mercadorias”, que foi organizado em parceria pela FNU, CNU, Fenatema e ONDAS, contou com a adesão de sindicatos de vários estados, centrais sindicais e movimentos sociais.
Pedro Damásio, presidente da FNU, explicou que “não viemos aqui só defender os trabalhadores, mas também a população brasileira. Porque a privatização é um mal, porque espolia os trabalhadores e rouba o patrimônio do povo brasileiro”. Ele ainda ressaltou que a FNU estará presente em todas as lutas contra as privatizações do saneamento e pela reestatização da Eletrobras.
Também presente ao ato, o presidente da CNU, Paulo de Tarso, destacou que a atividade representa a indignação e o chamamento da sociedade para essa realidade das privatizações em andamento de dois setores essenciais: água e o saneamento básico e a energia. “Tem que ter a mão do Estado para as pessoas que mais precisam ter acesso (aso serviços de saneamento e energia). Não tem sentido, o setor privado quer pegar um filé mignon, explorar para pegar o lucro, e simplesmente quem não tiver dinheiro não vai ter água e não vai ter energia”, explicou.
A vice-presidente da CNU, Fabíola Antezana, e o presidente da FURCEN, João Maria, também discursaram no ato enfatizando a necessidade da revisão do marco regulatório do saneamento e a reestatização da Eletrobras, para que a população, principalmente os mais vulneráveis, continuam a ter o direito ao saneamento e a energia.
Dirigentes de sindicatos de urbanitários de vários estados e do interior de São Paulo também estiveram presentes ao ato, com faixas e palavras de ordem em defesa das empresas públicas.
O ato, até por ter sido realizado em São Paulo, deu bastante destaque à pretendida privatização da Sabesp por parte do governador Tarcísio de Freitas.
Neste sentido, vários deputados presentes enfatizaram o fato, como foi o caso do deputado Emídio de Souza (PT_SP), coordenador da Frente Parlamentar Contra a Privatização da Sabesp, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp): “a partir desse ato, essa campanha ganha as ruas para conversar com o povo paulista sobre os perigos que a privatização da Sabesp representa. Os trabalhadores e o povo de São Paulo sabem o que significa a privatização. Eles querem vender patrimônio público para agradar essa turma da Bolsa de Valores, não importa a que custo, não importa quanto você vai pagar pela tarifa. E a mentira é sempre a mesma”.
“Quando venderam a Eletropaulo, muita gente achava que era um problema dos trabalhadores da empresa. A conclusão veio depois, em que muitas pessoas não estão aguentando pagar a tarifa de energia elétrica. Por isso, o problema da continuação da Sabesp pública não é só dos trabalhadores. Nós temos que dialogar com todos”, completou Emídio.
O ato fez parte do Fevereiro Azul, campanha preparatório para a Conferência Mundial da Água que será realizada pela ONU em março deste ano.
Confira abaixo alguns discursos e imagens do ato.
No final da página, você também pode acessar a transmissão completa do ato.
Fabíola Antezana, vice-presidente da CNU ?
João Maria, presidente da FURCEN ?
Assista ao ato na íntegra: