A mobilização em defesa do meio ambiente torna-se ainda mais urgente e necessária diante do brutal retrocesso arquitetado por um Congresso Nacional majoritariamente reacionário, às vésperas do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado neste 5 de junho. A retirada de poderes de órgãos de proteção ambiental, a aprovação do “marco temporal” para a demarcação de terras indígenas e a destruição dos mecanismos de proteção da Mata Atlântica demonstram que os recursos naturais continuam sob forte ataque no Brasil.

 

A insana reação à retomada da política de proteção ambiental, para atender unicamente os interesses do capital, reforça a necessidade de incentivar o combate aos danos irreparáveis causados ao meio ambiente pelo desmatamento, a mineração, a poluição de cursos d’água e a privatização do saneamento, setor essencial para a saúde e a melhoria da qualidade de vida da população.

 

A mutilação da estrutura da administração pública federal, esvaziando os ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, despreza os interesses da maioria dos brasileiros, que exigem respeito às questões ambientais, sobretudo após os desmandos impostos pelo governo anterior.

 

Um legado cruel: ainda estão vivas as lembranças das queimadas na floresta amazônica, o incêndio no Pantanal, o genocídio do povo yanomami, os garimpos ilegais e a ação destrutiva da banda podre do agronegócio.
Em Minas Gerais, o cenário também é adverso.

 

O governo Zema trata a questão ambiental como assunto de interesse do setor privado, com nomeações políticas em cargos estratégicos, historicamente ocupados por técnicos, afrouxamento da legislação e desmonte da fiscalização ambiental, enfraquecendo o combate aos infratores e favorecendo a mineração, a indústria, os desmatadores, o agronegócio e o setor imobiliário, em detrimento da proteção ambiental e dos interesses da população.

 

Na gestão Zema, a Secretaria de Meio Ambiente já trocou 11 vezes a chefia de fiscalização ambiental. O relaxamento da fiscalização resultou em grave degradação ambiental, sobretudo da Mata Atlântica. Entre 2019 e 2022, Minas foi o estado brasileiro que mais destruiu o bioma, com o desmatamento de 29,7 mil hectares, segundo dados do MapBiomas.

Notório “patrono” da atividade minerária no Estado, Zema insiste na implantação do polêmico projeto do Rodoanel Metropolitano, para beneficiar a Vale, facilitando o escoamento do minério da empresa. O chamado “Rodominério” poderá afetar a represa de Vargem das Flores, em Betim, um dos principais reservatórios da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Outro alvo de Zema e das mineradoras é a Serra do Curral. Nem mesmo decisões judiciais favoráveis à causa ambiental e à proteção da serra afastam as ameaças das mineradoras Tamisa, apoiada pelo governo Zema, e Gute Sicht, que explora minério no local de forma criminosa.

Tombada em âmbito municipal e federal, a Serra do Curral abriga grande diversidade de espécies de fauna e flora e mananciais pertencentes às bacias dos rios das Velhas e Paraopeba, responsáveis pelo abastecimento de cerca de 70% da população da capital e de 40% dos moradores da RMBH.

O presidente do SINDÁGUA e secretário de Meio Ambiente da CUT-MG, Eduardo Pereira, afirma que minerações não podem tomar lugar do cerrado e áreas de nascentes, “pois não existe água e vida sem o nosso cerrado”.

Fonte: Ascom Sindágua-MG