Um grupo informal de trabalho ligado ao Palácio do Planalto investiga a atuação do 3G Capital, criado pelo trio de bilionários da Americanas, para demonstrar o que chamam de “tomada de controle” da Eletrobras. Também vasculha esqueletos supostamente deixados no processo de privatização.
Sob a supervisão de um importante assessor do presidente Lula, o grupo possui três integrantes e quer mostrar ao STF a existência de uma suposta ação orquestrada do 3G, que, por meio de executivos próprios ou de parceiros em empresas investidas, teria se infiltrado na Eletrobras para tomar o comando, mesmo tendo uma participação minoritária.
O fundo, que contou com os bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles até o ano passado, é um acionista minoritário na Eletrobras, com 1,3% de participação.
Mesmo assim, segundo integrantes do grupo palaciano ouvidos sob anonimato, ele organizou a formação do conselho de administração e influenciou até na escolha de diretores executivos.
O governo possui quase 40% das ações da companhia e vota com 10% delas nas assembleias —o que considera ser inconstitucional e, por isso, foi ao STF em busca da reversão desse modelo.
O grupo afirma já ter encontrado relação entre os atuais representantes do conselho de administração da Eletrobras e o 3G —hoje no epicentro da crise da Americanas, em recuperação judicial com uma dívida de R$ 43 bilhões após a revelação de inconsistências contábeis.
Painel S.A.
Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012
ELETROBRAS
Grupo ligado ao Planalto investiga atuação do 3G, fundo da Americanas, na Eletrobras
Objetivo é levantar conflitos de interesse que levaram a União a perder comando na companhia sendo maior acionista
Fonte: Julio Wiziack -Folha de SP