Urbanitários de Pernambuco lotam Alepe em defesa da Compesa pública
Na manhã desta segunda-feira (14/8), os urbanitários de Pernambuco lotam a Assembleia Legislativa do Estado (Alepe), em audiência pública para debater a privatização do saneamento, mas especificamente o caso da Compesa – Companhia Pernambucana de Saneamento.
O atual governo de Pernambuco, sob o comando da governadora Raquel Lyra, tem ameaçado de privatização a empresa estadual, usando da tática dos privatistas que é a tentativa de “sucatear” a empresa para depois usar como argumento para privatizar.
No entanto, o sindicato dos urbanitários – Sindurb – tem denunciado a prática e exigido o que o desejo dos pernambucanos seja respeitado, que é de uma Compesa eficiente e não sucateada, e muito menos privatizada
A audiência pública, desta segunda-feira, foi solicitada pelo deputado João Paulo (PT), com o apoio da Sindurb e da Frune – Federação dos Urbanitários do Nordeste.
O presidente da CNU, Paulo de Tarso, presente ao encontro, foi enfático ao expor os prejuízos que a privatização do saneamento acarreta à população, principalmente aos moradores de áreas mais distantes e de menor poder aquisitivo. “Um dos maiores desafios do país é a universalização dos serviços de abastecimento de água e coleta de esgotos, e isso não será resolvido com a privatização do saneamento, porque as empresas privadas só visam lucro financeiro e não têm compromisso com o social. O que temos observado onde o saneamento foi privatizado, inclusive em outros países, é o aumento nas contas de água, a precarização dos serviços e a exclusão dos mais pobres ao direito à água”.
Com a mesma posição em defesa da Compesa pública, argumentaram o secretário de Habitação de Recife, Ermes Costa, que também é engenheiro da Compesa; o presidente da CUT Pernambuco, Paulo Rocha; o presidente da Frune, Raimundo Lucena; e o diretor do Sindurb, José Barbosa, que ressaltou ainda o risco de desemprego aos funcionários da Compesa, caso a privatização da empresa se efetive.
Outro convidado da audiência, foi o diretor do Sindicato dos Urbanitários do Distrito Federal (Stiu-DF), Alexandre Costa, que relatou, como exemplo, os problemas que a população de Alagoas vem sofrendo depois que a Casal – Companhia de Saneamento de Alagoas – foi privatizada em setembro de 2020, sendo adquirida pela BRK Ambiental. Ele explicou que, desde a privatização, os alagoanos têm sofrido com o aumento exorbitante nas contas e a falta constante de água por vários dias seguidos, principalmente em bairros mais periféricos de Maceió.
Lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Saneamento
Nesta terça, 15 de agosto, às 15 horas, no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, em Brasília, será lançada a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Saneamento, em ato que também contará com debate sobre os serviços públicos no saneamento público e energia elétrica, com a presença de trabalhadores e dirigentes do saneamento de todo o país, assim como representantes de movimentos sociais.
A luta em defesa do saneamento público se faz mais urgente do que nunca. As mudanças feitas pelo governo Bolsonaro no marco regulatório do saneamento, abriu em uma escala jamais vista as portas para a privatização das empresas públicas de saneamento. Hoje, os governos estaduais e os municípios se articulam para entregar ao capital privado o controle deste patrimônio do povo, indo na contramão do mundo, onde a reestatização dos serviços de saneamento é uma realidade, mesmo nos países centrais do capitalismo.
Como parte da luta em defesa das empresas públicas, sindicatos dos trabalhadores de saneamento de todo o país realizam em 15 de agosto, o Dia Nacional de Luta em Defesa do Saneamento Público, com paralisações das atividades por um período mínimo de duas horas, realizando atos e panfletagens em frente às sedes das empresas nos estados e postos de atendimento ao público para esclarecer à população em geral as consequências nefastas da privatização do saneamento.
Assista a audiência: