Nos últimos dias a população tem expressado uma crescente insatisfação com as freqüente quedas de energia que afetam a região, atribuídos à Equatorial Goiás.

Em setembro, o governador Ronaldo Caiado, e o presidente da Equatorial no estado, Lener Jayme, conversaram sobre os problemas em uma reunião no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia. “Precisamos de respostas e soluções reais. Não esperamos uma vara de condão para resolver magicamente todos os problemas, mas queremos investimentos, planejamento diante de mudanças climáticas, transparência e melhor comunicação com os goianos”, cobrou Caiado.

Lener justificou a onda de calor como um dos principais problemas, que sobrecarregou sistemas de distribuição no Brasil inteiro. Segundo ele, a direção Operador Nacional de Sistema Elétrico (NOS) determinou, por exemplo, ontem a interrupção da energia em subestações da região sudeste de Goiás para reduzir o impacto de sobrecargas.

Procon

Naquela situação, Caiado informou que o Procon Goiás será firme no monitoramento da prestação de serviço. Foram registradas, entre 1 de agosto e 28 de setembro deste ano, 257 denúncias de consumidores contra a empresa. O principal problema apontado é justamente a interrupção no fornecimento de energia.

Segundo o superintendente do órgão, Levy Rafael, a empresa será notificada e terá 48 horas para prestar esclarecimentos sobre os motivos da instabilidade e quais medidas efetivas foram e/ou serão tomadas para sanar os problemas, entre outras solicitações, como a apresentação de documentos.

“O Procon Goiás está atento a essa questão e cobrará respostas efetivas da empresa que flagrantemente presta um péssimo serviço aos cidadão goianos, que estão enfrentando prejuízos incalculáveis, como esses constantes apagões. Por determinação do governador Ronaldo Caiado, seremos intransigentes na defesa do consumidor” afirma.

CPI sobre os casos

Além da cobrança do governador, o deputado Gugu Nader (Agir) disse que vai instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para que a Equatorial explique aos cidadãos o motivo de tantas quedas e problemas com a distribuição de energia em Goiás.

Em vídeo divulgado em suas redes sociais, Nader afirmou que “com anuência e assinatura de todos os deputados e deputadas, vamos instalar aqui na Assembléia uma CPI da Equatorial para que eles possam assumir a responsabilidade do que não está sendo feito, e o que foi assumido por eles no contrato. A energia é para manter a dignidade das pessoas (e com as quedas) , queima a geladeira, queima o computador, queima tudo o que é elétrico,. Mas se atrasar um dia a data (de pagamento) a Equatorial corta a energia, disse o deputado.

Seguidores do Curta Mais pedem a volta da CELG

Enquanto os problemas persistem, os internautas seguidores do Curta Mais estão clamando a volta da Celg, a antiga estatal de energia elétrica que um dia já forneceu energia para todo o estado de Goiás.

Diante dos problemas contínuos da Equatorial Goiás, muitos internautas estão expressando saudades da época em que a Celg fornecia eletricidade para o estado. Comentários nas redes sociais refletem a frustração dos consumidores, que agora relembram a eficiência e a confiabilidade que a companhia costumava oferecer.

Um dos leitores afirmou: “Vai, privatiza o serviço básico e essencial, disseram eles. Agora me explica, como uma empresa de energia não tem serviço de ligação de urgência 24h? e isso nem a Enel também tinha, só a Celg mesmo. O povo só aprende tomando naquele lugar que neoliberal está pouco se lascando para o bem estar geral.”

Outro leitr expressou sua indignação com ironia: “Que saudades é da Celg. Parabéns ao nosso falecido ex-governador, Maguito Vilela, que vendeu Cachoeira Dourada, está de parabéns pela destruição da distribuição de energia no estado de Goiás!”.

Entretanto, outros leitores enfatizam que a situação é complexae que a Equatorial Goiás está enfrentando desafios significativos na modernização da infraestrutora elétrica do estado.

História da Celg e compra pela Enel

A Companhia Energética de Goiás (CELG) foi uma empresa estatal responsável por fornecer energia elétrica para todo o estado de Goiás. Por anos, ela foi uma presença confiável nas casas e empresas dos goianos, garantindo eletricidade estável em toda a região.

No entanto, em anos passados, a Celg passou por processos de privatização, levando a entrada da Equatorial Goiás como a ova fornecedora de energia. Esta mudança trouxe consigo uma série de desafios, incluindo interrupções freqüentes no fornecimento de eletricidade, muito para o descontentamento dos consumidores.

Anteriormente,a Celg pertencia à CELGPAR , uma sociedade de economia mista e de capital autorizado cujos acionistas são o Estado de Goiás, que possui 99,68% do capital, além de outros pequenos acionistas, como a Eletrobrás, municípios e investidores privados.

Em dezembro de 2006 foi criada pelo Governo do Estado de Goiás a Companhia Celg de Participações – Celgpar, tendo como objeto social principal a participação em outras sociedades como acionista ou sócio-cotista. A Celpar a ser desde o momento de sua instituição a controladora da então Companhia Energética de Goiás (CELG).

Visando ao aproveitamento dos ativos da companhia e à exploração dos serviços de Telecomunicações e Soluções – CELG Telecom, que constitui a terceira empresa controlada pela Celgpar.

Em 2015 a Celg D teve 50,3% de suas ações repassadas à Eletrobrás em troca de uma dívida com o governo. A empresa vinha apresentando prejuízos por vários anos seguidos. Com lance de R$ 2,187 bilhões, a Enel foi a vencedora do leilão de privatização da Celg D. Inclusive, esse foi o único lance válido para a compra da distribuidora de energia elétrica de Goiás.

O Governo de Goiás e a Enel Distribuição Goiás assinaram um acordo, com a presença do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque e do presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, com o intuito de melhorar os serviços de distribuição de energia do estado. Segundo o documento, as medidas previstas possibilitam ampliar 26% a capacidade da rede de distribuição de eletricidade até 2022.

Compra pela Equatorial Energia

Em 23 de setembro de 2022, a Equatorial Energia compra a distribuidora da Enel em Goiás por R$ 1,57 bilhão. Com isso, desde o dia 30 de dezembro de 2022 a Enel Goiás passou a se chamar Equatorial Energia Goiás.

A are a de concessão da Equatorial Energia Goiás abrange aproximadamente 98,7% da distribuição no estado, num total de 237 municípios, e cerca de 3,3 milhões de clientes.

Fonte: Site Curta Mais